As eleições no Equador, que seguem para o segundo turno em abril de 2025, têm sido marcadas por um cenário de polarização e disputa acirrada entre o atual presidente, Daniel Noboa, que busca a reeleição com uma plataforma de políticas duras, e a candidata de esquerda, Luísa González, que tenta mobilizar o eleitorado para retomar o comando do país. Além da escolha presidencial, os equatorianos também elegem 150 deputados, incluindo representantes nacionais, provinciais e do exterior. Nesse contexto, o Parlamento do Mercosul (Parlasul) integra a Missão de Observação Eleitoral Internacional no país, com a participação do deputado federal brasileiro Nelson Padovani, representante de Cascavel (PR).

A missão do Parlasul, composta por parlamentares de diversos países do bloco, tem como objetivo analisar o processo eleitoral equatoriano dentro do marco normativo nacional e em relação aos padrões internacionais de boas práticas democráticas. O convite para a participação do Parlasul foi feito pelas autoridades equatorianas, que disponibilizaram toda a estrutura necessária, incluindo escolta de segurança, para garantir o trabalho dos observadores.

Nelson Padovani, deputado federal conhecido por sua atuação no Paraná, integra a comitiva do Parlasul ao lado de outros parlamentares brasileiros, como Fernando Marangoni. A missão tem como foco acompanhar as votações, reunir-se com forças políticas, integrantes do Tribunal Contencioso Eleitoral e embaixadores, além de monitorar o cumprimento das normas eleitorais e o respeito aos direitos democráticos.

Durante a missão, Padovani destacou a importância da observação internacional para fortalecer a transparência e a credibilidade do processo eleitoral.

“Acabamos de sair de mais uma reunião, agora com os embaixadores do Brasil, Paraguai, Uruguai, da Bolívia e do Peru, discutimos as normas dessa eleição tão judicializada que acontece aqui no Equador. Nos últimos anos o Equador teve muita violência nas campanhas eleitorais. Vamos fazer de tudo para garantir que a vontade popular seja respeitada. Vamos fazer de tudo para que esse país prospere, e que não aconteça algo como o que aconteceu nas eleições da Venezuela”, afirmou o deputado.

Conferência

A Chefe da Missão, a parlamentar argentina Fabiana Martín, participou de uma conferência intitulada "Democracia e observação eleitoral no Equador e na América Latina", realizada na Universidade San Francisco, em Quito. O evento contou com a presença de altas autoridades eleitorais da região e observadores internacionais. Durante sua intervenção, Martín apresentou o trabalho do Observatório da Democracia do Parlasul (ODPM) e destacou o papel da instituição no fortalecimento dos processos eleitorais na América Latina.

"A democracia é um pilar essencial para o desenvolvimento dos países, e a observação eleitoral é uma ferramenta fundamental para garantir a integridade dos processos democráticos. Estamos comprometidos com o acompanhamento dessas eleições e com o apoio à consolidação da democracia no Equador", afirmou Martín.

A delegação do Parlasul também participou de um treinamento organizado pelo Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE), no qual foram abordados aspectos fundamentais do sistema eleitoral equatoriano, as modalidades de votação e o papel dos observadores no monitoramento do processo. O treinamento foi essencial para que os integrantes da missão pudessem compreender as particularidades do sistema eleitoral do país e atuar de forma eficiente durante o pleito.

A Missão de Observação do Parlasul seguirá com suas atividades nos próximos dias, mantendo reuniões com autoridades eleitorais, representantes da sociedade civil e atores políticos. O objetivo é coletar informações essenciais sobre o desenvolvimento do processo eleitoral e emitir um relatório final com recomendações para o fortalecimento da democracia no Equador.

Além de Fabiana Martín e Nelson Padovani, integram a delegação os parlamentares Gabriel Fuks (Argentina), Fernando Marangoni (Brasil), Carlos María López López e Pastor Alberto Vera (Paraguai), Bettiana Díaz e Daniel Peña (Uruguai). A diversidade de representantes reflete o compromisso do Parlasul com a integração regional e a promoção da democracia em toda a América Latina.