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Corregedoria investiga guardas municipais de Londrina por confusão com torcedores após jogo do Brasil

Por Giuliano Saito


Pessoas afirmam que agentes cometeram excessos. Após episódio, Ministério Público pediu 'abordagens humanizadas'. Sindicância ainda está no início. Polícia e GM usam balas de borracha e spray de pimenta para dispersar torcedores após jogo do BR A Corregedoria-Geral da Prefeitura de Londrina está investigando a conduta de guardas municipais durante uma confusão com torcedores que se reuniram em bares da Rua Paranaguá, no centro da cidade, para acompanhar o jogo entre Brasil e Sérvia pela Copa do Mundo, em 24 de novembro. O caso também envolveu policiais militares. Moradores acionaram as forças de segurança reclamando de som alto. Imagens de câmeras de segurança mostram pessoas correndo após disparos de balas de borracha dos agentes da GM, que usaram cassetetes e spray de pimenta para dispersar a multidão. Veja o vídeo acima. As gravações mostram ainda um homem, que estava parado na calçada, sendo empurrado por um guarda. Um comerciante afirmou que ele e os funcionários foram agredidos dentro do estabelecimento. "Não deram tempo pra conversar. Já chegaram jogando spray de pimenta, dando chute. A gente não estava na rua fazendo bagunça, a gente estava trabalhando", contou à RPC na época da confusão. Policiais usaram cassetetes para dispersar torcedores em Londrina Reprodução/RPC Investigação A sindicância para apurar a abordagem dos guardas municipais foi aberta em 29 de dezembro. A portaria de instauração, que o g1 teve acesso por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), é assinada pelo corregedor-geral do Município, Jefferson Bento da Costa. Ele informou que ainda não foi constituída defesa para os GMs na apuração interna. O documento não cita a quantidade exata de agentes que deverão ser investigados, o que deve ser definido pelo corregedor responsável pela sindicância. Veja também Londrina fornece 24 câmeras corporais para guardas municipais após recomendação do Ministério Público; entenda Estudantes da UEL dizem que passaram mal após almoçarem no Restaurante Universitário O g1 apurou que, na apuração instaurada, a Corregedoria incluiu boletins de ocorrência, reportagens jornalísticas e vídeos da confusão que circularam em redes sociais. De acordo com a Corregedoria, o processo está na fase inicial. Não há previsão para depoimentos das vítimas e dos guardas envolvidos. Guarda Municipal A reportagem questionou se os guardas foram afastados das funções, mas a Secretaria Municipal de Defesa Social explicou que "não houve afastamento cautelar de nenhum agente por parte desta secretaria, bem como não houve nenhuma determinação externa, como decisão judicial ou administrativa para tal". O secretário de Defesa Social, Pedro Ramos, disse, em entrevista coletiva no dia seguinte à confusão, que os agentes, ao chegarem no local, encontraram pessoas "exaltadas e com sinais de embriaguez". No MP A confusão envolvendo torcedores, guardas municipais e policiais militares gerou uma recomendação administrativa do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que pediu "abordagens mais humanizadas". Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.