Consumidor é lesado e perde 40 sacos de cimento por Lojas “Quero-Quero”
Sem respaldo, empresário aciona Procon e disse que irá fazer denúncia junto à Receita Estadual

Da Redação Cascavel
A saca de cimento de 50 kg tem sido comercializada entre R$ 41 a R$ 33,90, em Cascavel, dependendo da loja de materiais de construção. Já pensou fazer uma compra de 100 unidades e receber apenas 60% dela? Foi exatamente isso que aconteceu com o empresário Rosalvo Tavares. Ele fez a compra de 100 sacas de cimento no dia 23 deste mês na Loja “Quero-Quero, unidade da Avenida Brasil, em Cascavel, mas segundo ele não recebeu 40 sacas.
“No dia 23 do mês passado eu fui até a loja comprar o cimento e ferro para uma reforma que estou fazendo na minha casa. A vendedora disse na ocasião que a loja estava em promoção. Se eu comprasse uma quantia maior, teria um preço melhor. Então comentei pra ela que estava usando pouco cimento, só compraria na condição de que eu poderia ir usando conforme a minha necessidade. A vendedora disse que não teria problema, e que poderia ser feito à venda nesta condição”, relata.
Tavares contou à Gazeta do Paraná que no ato da compra ele levou no próprio veículo 5 sacas de cimento, ou seja, ficando com um saldo positivo de 95 sacas para serem retiradas posteriormente.
“Então foi feita a entrega das barras de ferro [50] e havia pedido para fazer a entrega de 50 sacas de cimento, eles levaram 5 sacas a mais, ou seja, nesta data foram entregues 55 sacas, como tinha levado 5 no ato da compra, ficou restando 40 sacas de cimento”, explica o empresário.
Rosalvo voltou à loja para falar sobre o déficit das 40 sacas que não foram entregues. Ele disse à GP que a vendedora comentou que a entrega já tinha sido finalizada.
“Eu fui pego de surpresa, pois eu paguei por 100 sacas do cimento. Vocês conferem aí no estoque que está sobrando as 40 sacas. Me falaram que o estoque estava certo, e eu comentei que não recebi toda minha compra, quero o que é meu. Os entregadores marcaram na nota que foram entregues 55, e fizeram uma observação para o restante que eu tenho a retirar. Na sequência eu assinei o canhoto”, pontuou.
Sem ser ressarcido, o empresário buscou ajuda do Procon, onde foi aberto um protocolo de denúncia, em relação a empresa. Rosalvo fez a compra no cartão de crédito, com notas em mãos, ele tentou uma solução.
“Eu acionei o Procon, pois tive conhecimento por um dos funcionários da loja que a empresa estava com problema no estoque deles. Mas isso não compete a mim. Só quero o que paguei de volta. Além de acionar o Procon, também vou levar a denúncia junto à Receita Estadual, para que seja feita uma fiscalização nas notas e estoque desta loja”, cobra o empresário.
A GP conversou com o funcionário que fez a entrega ao cliente, o mesmo afirmou que foram entregues apenas os 55 sacos e que fez a anotação na nota do cliente para retirar o restante na loja.
“Eu fiz a entrega neste dia para o cliente, e confirmo que foram entregues apenas 55 sacas, como disse ao telefone fiz uma anotação na nota dele para que retirasse o restante na loja. O sistema da loja nem sempre emitia o documento, às vezes saímos sem anota e anotava a entrega no caderno para posteriormente ser enviada ao cliente por e-mail”, contemplou o entregador William Almeida, que já não trabalha mais na loja.
O que diz o Procon?
A GP conversou com o coordenador do Procon, Lucas Fracaro, sobre a situação, o mesmo afirmou que o consumidor terá que ser reparado conforme código do consumidor, artigo 35/inciso 1º dá esse respaldo ao consumidor.
“O consumidor tem direito em receber a diferença do material faltante sem custo adicional. Caso não haja uma resolução amigável é possível formalizar uma reclamação ao Procon ou ainda ajuizar uma ação judicial para reaver os valores pagos ou exigir o cumprimento da entrega. Um aviso importante é que o consumidor sempre registre a entrega com fotos, nota fiscal e comprovante, ou seja, pra facilitar essa divergência em eventual disputa como é o caso: Você adquiriu o material e posteriormente ao verificar a quantidade constatou-se que era um volume menor do que o adquirido na compra”, detalha.
A recomendação agora é o cliente acionar judicialmente a empresa.
Lojas Quero-Quero
A empresa tem mais de 500 lojas em todo o Brasil, espalhadas por vários estados, incluindo o Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A rede Quero-Quero inaugurou centenas de lojas nos últimos anos, como 70 em 2021 e mais de 150 nos últimos 3 anos.
Em Cascavel, eram 4 unidades, mas uma fechou, agora são três lojas, uma no Centro, outra no Parque São Paulo e a terceira no Floresta.
A GP apurou que no site “Reclame-aqui” foram feitas 2813 reclamações contra a rede. Somente no Jusbrasil a GP também encontrou 2.795 processos que mencionam as Lojas Quero-Quero.
Nós entramos em contato com a vendedora que efetuou a venda, a mesma disse que a entrega foi feita e confirmada pela assinatura do cliente e que infelizmente não pode fazer mais nada e que a entrega já foi finalizada pela empresa.