corbelia setembro

Concessão do Bloco 2 de pedágios volta a gerar críticas na região de Passo Fundo

Deputado propôs que o leilão seja suspenso e que o governo estadual utilize recursos do Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS) para investimentos imediatos

Por Da Redação

Concessão do Bloco 2 de pedágios volta a gerar críticas na região de Passo Fundo Créditos: Secom

A proposta do governo do Rio Grande do Sul para a concessão do Bloco 2 de pedágios voltou a ser alvo de debate em Passo Fundo e em municípios vizinhos. O modelo prevê a instalação de 24 novos pórticos em rodovias que conectam Erechim, Passo Fundo e Vale do Taquari, abrangendo um total de 408 quilômetros. A medida tem gerado forte reação de lideranças políticas, empresariais e comunitárias.

Em entrevista à Rádio Uirapuru, o deputado federal Miguel Rossetto (PT/RS) defendeu a suspensão do processo e apresentou a posição de sua bancada. Segundo ele, os valores estimados para as tarifas representariam aumentos insustentáveis para a população e para o setor produtivo. O parlamentar citou como exemplo a viagem de carro entre Passo Fundo e Erechim, que atualmente custa R$ 4,90 ida e volta, mas passaria a R$ 29,00. Para caminhões, o trecho Passo Fundo–Lajeado, hoje em R$ 31,20 para três eixos, subiria para R$ 205,00.

Rossetto afirmou que tarifas nesse patamar desestimulam a integração regional e comprometem a logística e a economia local. Como alternativa, sugeriu que o governo utilize recursos do Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS), que, segundo ele, teria R$ 1,5 bilhão disponível para investimentos em rodovias ao longo de três a quatro anos.

O edital da concessão segue em análise pelo Tribunal de Contas do Estado, com previsão de decisão até o início de outubro. O deputado ressaltou que, mesmo após críticas em audiências públicas, o governo manteve a proposta, reduzindo investimentos sem redução proporcional das tarifas.

Ele destacou ainda que contratos de concessão têm validade de 30 anos, o que, em sua visão, exige cautela para evitar que a população arque com custos elevados por tanto tempo. A bancada petista apresentou projeto de lei na Assembleia Legislativa pedindo a suspensão do edital, além de questionamentos técnicos ao TCE. “Queremos rodovias de qualidade e infraestrutura adequada, mas com custos compatíveis com a realidade social e econômica da região”, afirmou Rossetto.

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