Ciberataque paralisa radares de velocidade e levanta preocupações sobre segurança digital
Nos Países Baixos, dezenas de radares de velocidade permanecem inativos após um ataque cibernético ocorrido em julho
Por Gazeta do Paraná

Num cenário global cada vez mais dependente de sistemas digitais, os ciberataques vêm assumindo proporções cada vez mais graves. Nos Países Baixos, dezenas de radares de velocidade permanecem inativos após um ataque cibernético ocorrido em julho, atribuído a grupos de hackers supostamente ligados à Rússia e à China.
Segundo informações divulgadas pela imprensa local, os sistemas do Ministério Público neerlandês foram alvo de invasão no dia 17 de julho, levando a instituição a colocar suas redes offline de forma preventiva. O incidente ocorre semanas depois de o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) ter emitido, em junho, um alerta sobre a vulnerabilidade zero-day do Citrix NetScaler, explorada em ataques semelhantes em diversos países.
Entre os equipamentos afetados estão radares fixos, móveis e de velocidade média, instalados em rodovias e áreas urbanas. Embora desligamentos temporários para manutenção ou inspeção sejam comuns, o Gabinete Central de Processamento do Ministério Público (CVOM) classificou como "invulgar" a impossibilidade de reativar os dispositivos.
As autoridades esclareceram que as câmeras não foram diretamente hackeadas, mas a invasão comprometeu os sistemas responsáveis por colocá-las novamente em funcionamento. Relatos apontam que os servidores atingidos contêm dados de processos judiciais, investigações policiais e informações pessoais de funcionários, embora o Ministério Público não tenha confirmado se houve vazamento de dados.
O caso reforça a vulnerabilidade de infraestruturas críticas diante da escalada de crimes cibernéticos globais. Enquanto as autoridades investigam a extensão do ataque, especialistas em segurança alertam que episódios como este podem comprometer não apenas a aplicação da lei no trânsito, mas também a confiança pública na capacidade do Estado de proteger informações sensíveis e manter serviços essenciais em operação.
