Os bombeiros de Hong Kong mantinham sob controle, nesta quinta-feira (27), um incêndio de grandes proporções que matou pelo menos 55 pessoas e deixou quase 300 desaparecidas no complexo habitacional Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po. A tragédia é considerada o incêndio mais mortal da cidade em 77 anos.
As equipes de resgate trabalharam por mais de 24 horas enfrentando calor extremo e fumaça densa enquanto tentavam alcançar moradores possivelmente presos nos andares superiores dos oito blocos residenciais, que abrigam mais de 4,6 mil pessoas.
Investigadores apontam que o incêndio pode ter sido causado por “extrema negligência” de uma empresa de construção, acusada de utilizar materiais inseguros. A polícia revistou nesta quinta-feira os escritórios da Prestige Construction and Engineering Company Limited, responsável pela manutenção do complexo, e apreendeu documentos, computadores e celulares.
O governo de Hong Kong anunciou a criação de um fundo de US$ 38,6 milhões para auxiliar os moradores afetados e estuda substituir gradualmente os tradicionais andaimes de bambu por estruturas metálicas, consideradas mais seguras.
Do lado de fora dos abrigos, o clima era de desespero. Em um deles, uma mulher de 52 anos procurava pela filha desaparecida, segurando uma foto de formatura. “Ela e o pai ainda não saíram”, disse.
A tragédia motivou o presidente chinês, Xi Jinping, a pedir um “esforço total” para extinguir o fogo e reduzir as perdas. O episódio representa um novo teste para o governo central, que ampliou seu controle sobre o território desde os protestos pró-democracia de 2019.

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