Cascavel deve chegar a quase meio milhão de habitantes em 2050
Já Foz do Iguaçu, deverá apresentar uma redução em seu número de moradores. A projeção indica que a cidade das Cataratas atingirá seu pico populacional em 2037, com 306 mil habitantes, mas deverá retroceder para 294 mil em 2050.
Por Gazeta do Paraná

Um estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com projeções demográficas para o Paraná até 2050, revelou o crescimento populacional de Cascavel, além de outras cidades que terão crescimento populacional até 2050 e municípios que vão perder moradores.
A Capital do Oeste, que atualmente abriga cerca de 370 mil habitantes, segundo o Ipardes, deverá experimentar um crescimento populacional significativo nas próximas décadas. A projeção indica que Cascavel deverá atingir a marca de 445 mil moradores em 2050, representando um aumento superior a 20%. Este crescimento acompanha a tendência de concentração populacional nos grandes centros urbanos do estado.
O estudo do Ipardes também aponta para uma crescente concentração da população paranaense em 26 municípios, que deverão abrigar cerca de 60% dos habitantes do estado.
Enquanto Cascavel se expande, outras cidades da região apresentam diferentes cenários. Toledo, por exemplo, também deverá apresentar um aumento populacional, passando de 161 mil para 208 mil habitantes, um crescimento de quase 29%. Em contrapartida, Foz do Iguaçu, deverá apresentar uma redução em seu número de moradores. A projeção indica que a cidade das Cataratas atingirá seu pico populacional em 2037, com 306 mil habitantes, mas deverá retroceder para 294 mil em 2050.
O relatório do Ipardes projeta que a população do Paraná continuará crescendo até 2044, atingindo pouco mais de doze milhões de habitantes. No entanto, após 2044, a tendência se inverterá, com uma redução populacional projetada.
Além das projeções de crescimento e declínio populacional em diferentes cidades, o estudo também destaca a tendência de envelhecimento da população paranaense. A projeção indica que, até 2050, cerca de 30% dos habitantes do estado terão mais de 60 anos.
"O que nos demonstra essa projeção realizada pelo partido pelo IBGE que o Paraná está envelhecendo isso significa qualidade de vida e se um bom indicador. Mas por outro lado nós temos que olhar o ponto de vista também da economia, né? Nós teremos aí com o passar do tempo uma redução da população economicamente ativa para poder trabalhar e produzir, então esses são os novos desafios desse novo, Paraná que cresce e desenvolve mas também envelhece", falou Guto Silva, Secretário de Estado do Planejamento do Paraná.
Segundo Elias Guilherme Ribeiro, superintendente do IBGE, a diminuição da população é uma tema a nível mundial, e passa pela decisão dos próprios seres humanos. "A própria decisão das mulheres e dos homens de terem ou não filhos, porque a partir do momento que você tem uma crise de saúde, como nós tivemos, as pessoas repensam a vida, mas a tendência reflete o que nós temos no Brasil e no mundo" disse Elias Guilherme Ribeiro, superintendente do IBGE.
Os dados projetados pelo Ipardes devem auxiliar o estado e os municípios na elaboração de políticas públicas direcionando a aplicação dos recursos conforme a necessidade da população de cada região. "A priorização dos equipamentos públicos a priorização da área de saúde da área social entre todas as áreas então é importante que tanto dos novos gestores municipais que assumiram agora dia primeiro de Janeiro, quanto os gestores que estão continuando sendo mandados prestem atenção nesses números Claro que possa até rever e redirecionar as políticas públicas já para estabelecidas", afirmou Guto Silva.
Outras cidades
Os dados ainda apontaram que, de 2025 a 2035, 153 municípios apresentarão taxas positivas de crescimento. Entre 2035 e 2050, o número será de 102 cidades. Sarandi, no norte do estado, apresentará o maior aumento populacional em 25 anos.
A cidades paranaenses que terão maiores taxas de crescimento até 2050, além de Sarandi com taxa de crescimento de 61%, são: Fazenda Rio Grande com 58%; Pato Branco com 33%; Araucária e Toledo com 28%.
Pato Branco é a única das cinco cidades que vai registrar menos de 200 mil habitantes em 2050. As outras quatro estão previstas para ultrapassar esse número, assim como mais seis municípios: Curitiba (1.731.667); Londrina (576.929); Maringá (474.517); São José dos Pinhais (429.194); Ponta Grossa (401.808) e Colombo (228.445). Em contrapartida, o estudo apresentou que até 2050 o número de municípios com menos de 10 mil habitantes no Paraná sairá de 205 para 223. Paranaguá, no litoral, será a cidade com maior perda.
Método
A análise conduzida pelo Ipardes, utilizando dados dos Censos Demográficos de 2000, 2010 e 2022, investigou as dinâmicas populacionais no estado. A metodologia empregada calculou os saldos populacionais em cada período, considerando dois componentes principais: o saldo vegetativo e o saldo migratório.
O saldo vegetativo, resultante da diferença entre o número de nascimentos e óbitos, oferece um panorama do crescimento natural da população. Paralelamente, o saldo migratório, que considera a diferença entre imigrações e emigrações, revela os fluxos de pessoas entrando e saindo de uma determinada região. A combinação desses dois saldos resulta no saldo populacional total.
Diversos fatores demográficos e socioeconômicos foram identificados como influenciadores na intensidade do crescimento ou declínio populacional. Entre eles, destacam-se: taxa de fecundidade, taxa de mortalidade; estrutura etária; migrações de curta distância e nível de escolaridade feminina.
A análise revelou uma tendência de declínio nos nascimentos em grande parte do estado, atribuída à baixa fecundidade, frequentemente associada à maior escolaridade das mulheres. Simultaneamente, o aumento da expectativa de vida contribui para o crescimento da taxa bruta de mortalidade. A estrutura etária também exerce influência, com municípios de população mais envelhecida apresentando menor número de nascimentos.
Além disso, o estudo identificou um padrão de migração de curta distância, caracterizado pelo deslocamento de pessoas de pequenas cidades para centros urbanos médios nas proximidades. No entanto, observa-se também um movimento contrário, com indivíduos buscando residência em municípios da região metropolitana de grandes cidades, como São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Sarandi e Araucária. Esse fenômeno pode ser atribuído, em parte, ao menor custo de moradia nessas áreas, intensificando a integração entre as cidades e o processo de metropolização.
Foto: Gazeta do Paraná
Créditos: Gabriel Porta