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Candidatura de Ratinho Júnior à Presidência fica subordinada à decisão de Tarcísio para 2026

Presidente do PSD confirma que o governador do Paraná só terá espaço na disputa presidencial se Tarcísio optar por não concorrer

Por Gazeta do Paraná

Candidatura de Ratinho Júnior à Presidência fica subordinada à decisão de Tarcísio para 2026 Créditos: Assessoria

A declaração de Gilberto Kassab, nesta sexta-feira, colocou Ratinho Júnior numa posição clara — e limitada — dentro do PSD. Ao afirmar que o governador do Paraná não disputará a Presidência caso Tarcísio de Freitas entre na corrida, Kassab retirou qualquer ambiguidade sobre a hierarquia interna do partido. O recado é simples: a candidatura prioritária é a de Tarcísio; Ratinho só avança se o paulista ficar de fora.

 

A mudança ocorre num momento em que Ratinho Júnior buscava ampliar sua presença nacional. Ele vinha circulando em agendas políticas fora do Paraná, conversando com potenciais aliados e testando sua imagem fora do eixo regional. Mas a fala de Kassab expõe o que as conversas de bastidor já indicavam: o governador ainda não alcançou densidade eleitoral suficiente para liderar um projeto nacional por cima da estrutura partidária. Sua força continua concentrada no estado que governa desde 2019.

 

No PSD, a leitura é pragmática. Tarcísio possui recall, projeção nacional e trânsito no eleitorado que a sigla tenta conquistar. Ratinho, não — ao menos não agora. E com a eleição se aproximando, o partido não pretende desperdiçar energia em múltiplas pré-candidaturas que fragilizem o bloco de centro-direita. O gesto de Kassab, portanto, não é apenas uma escolha, mas um movimento para evitar dispersão.

 

Para Ratinho Júnior, a mensagem tem efeito direto sobre sua trajetória. Ele seguirá sendo tratado como opção viável caso o tabuleiro mude, mas sua ascensão dependerá de um vazio — não de protagonismo. Isso não impede que continue construindo presença nacional, mas o coloca em compasso de espera, reforçando a percepção de que seu capital político ainda precisa amadurecer para disputar o Planalto.

 

No Paraná, o impacto é outro: sem a perspectiva imediata de uma candidatura presidencial, cresce a expectativa por entregas mais consistentes no governo. O eleitorado e a classe política local passam a olhar menos para o voo Brasília e mais para o que Ratinho deve concluir ou destravar até o fim do segundo mandato. Esse será o período em que ele terá de demonstrar capacidade de articulação, eficiência administrativa e força nacional que não dependa exclusivamente das circunstâncias criadas por terceiros.

 

O PSD, por enquanto, mantém Ratinho Júnior num papel claro: um nome importante, mas condicionado. A disputa de 2026 seguirá aberta até que Tarcísio decida seu rumo. O governador do Paraná, até lá, terá de administrar o intervalo entre a ambição e a realidade — sabendo que, em política, quem fica em espera demais corre o risco de perder o momento.

Créditos: Bruna Bandeira Acesse nosso canal no WhatsApp