BUD chega a Piraquara para fase final de testes; operação com passageiros inicia em dezembro
Veículo tem capacidade para até 280 passageiros e deve transportar cerca de 10 mil pessoas mensalmente na linha entre Piraquara e Pinhais. Última etapa de
Créditos: Assessoria
O Bonde Urbano Digital (BUD), inovação em mobilidade promovida pelo Governo do Estado, chegou na madrugada desta sexta-feira (28) ao Terminal São Roque, em Piraquara, de onde sairá e retornará diariamente para a fase final de testes antes de começar a transportar passageiros. A previsão da Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep), que coordena a iniciativa, é que a operação comece no início de dezembro após a conclusão com sucesso de todos os testes e eventuais adequações necessárias.
Segundo o presidente da Amep, Gilson Santos, o início dos testes nas ruas marca uma nova etapa do projeto. “A partir de agora o BUD ficará diariamente no Terminal São Roque, realizando testes na linha Pinhais–Piraquara, sobretudo nos períodos de menor movimento, para avaliarmos a performance, a entrada e saída dos terminais e os trechos em que haverá condução autônoma”, relatou.
Os testes envolvem tanto o percurso completo quanto os trechos dotados de marcadores magnéticos, uma tecnologia que permite o funcionamento do ‘trilho digital’. “É uma demonstração importante para a população, porque comprova a precisão desse sistema, guiado por ímãs instalados ao longo do pavimento”, explicou Santos.
Os marcadores magnéticos já foram instalados no próprio terminal e na Rodovia Leopoldo Jacomel. A estrutura permitirá que o veículo realize manobras autônomas, sempre com a supervisão humana dos motoristas que estão sendo treinados.
Os testes finais e início da operação foram precedidos de dois meses de preparação intensa. Neste período, o Governo do Estado supervisionou a montagem do veículo, que chegou em módulos da China, enviado pela CRRC Corporatio, que desenvolveu a tecnologia. Depois ele foi montado e ajustado por equipes especializadas, com acompanhamento direto da empresa chinesa.
Também foram efetuadas obras de sinalização, instalação da garagem e do sistema de carregamento no Terminal de Piraquara e a implantação dos imãs nos trechos da linha que serão operadas de forma autônoma.
De acordo com o presidente da Amep, o BUD funcionará como reforço das linhas tradicionais, sem substituir os ônibus convencionais. Com 30 metros de comprimento, o veículo tem capacidade para até 280 passageiros e a estimativa da Amep é de atender cerca de 10 mil usuários por mês. A tarifa será a mesma do sistema metropolitano, de apenas R$ 5,50, com manutenção da integração entre linhas.
“Se tudo correr bem, no início de dezembro a população já poderá ocupar o BUD e experimentar esse sistema inovador, diferente, sustentável, que representa um divisor de águas para o transporte coletivo no Brasil e na América do Sul”, comentou Santos.
Além do caráter inovador, o BUD traz avanços significativos tanto para os usuários quanto para os operadores. Isso porque o veículo é 100% elétrico e não usa bateria de lítio como outros veículos elétricos, mas supercapacitores, que permitem um carregamento mais rápido e eficiente. Além disso, ele é mais silencioso, tem ar-condicionado, isolamento acústico e térmico, além de oferecer mais conforto aos passageiros.
O presidente da Amep também destacou o impacto ambiental positivo e a relação com a região onde ele operará. “Escolhemos Piraquara porque é uma cidade símbolo de preservação ambiental e dos mananciais, que abastecem toda a região metropolitana. Nada mais justo do que receber um sistema que traz inovação, sustentabilidade e baixa emissão”, acrescentou.
Com operação elétrica, zero emissão de poluentes e sistemas avançados de segurança e monitoramento, o BUD é visto como um modelo que pode ser replicado em outras cidades e corredores metropolitanos. “São ganhos de várias frentes para a população. É conforto, segurança, sustentabilidade e reforço na oferta de transporte com a mesma tarifa que o cidadão já paga atualmente”, concluiu Santos.
Suspensa licitação de Matinhos para instalar sistema de videomonitoramento urbano
Treinamentos
A Amep, em conjunto com as empresas que operam a linha, selecionou quatro motoristas do sistema metropolitano para conduzir o BUD. Eles já passaram por duas semanas de treinamento teórico e prático e agora começam a circular no trajeto real em testes supervisionados.
Uma das futuras motoristas do BUD é Gisele Mafra, que atua há 14 anos no transporte coletivo e já pode ter a sensação de pilotar o novo veículo, que segundo ela é muito mais moderno do que os biarticulados atuais. “A dinâmica muda completamente. O painel é muito mais moderno, mostra a angulação das curvas e as câmeras se ajustam automaticamente. É praticamente reaprender a dirigir, mas o treinamento tem sido muito bom, estamos aprendendo muito e rápido”, revelou.
Com 12 anos de experiência, o motorista Emílio Vargas também destacou o caráter inovador do BUD. “É uma experiência nova e muito motivadora. Ele é maior que os biarticulados e exige adaptação, mas estamos confiantes. Mesmo nos trechos autônomos vamos estar atentos ao trajeto inteiro”, contou Emílio, que disse estar ansioso para iniciar os testes de campo no futuro trajeto.
Nos próximos dias, os treinamentos práticos serão feitos inicialmente em duplas, nos fins de semana e durante a noite. Depois, os quatro motoristas realizarão testes conjuntos, seguindo o trajeto completo que será usado na operação. A equipe técnica da fabricante chinesa também acompanhará essa etapa para ajustar o comportamento do veículo em condições reais de tráfego.
Receita paga lote da malha fina de novembro
Foto: Assessoria
