AtlasIntel: Lula vence todos os concorrentes da direita, menos Bolsonaro

Na pesquisa estimulada, Jair Bolsonaro aparece com 46% das intenções de voto, enquanto Lula soma 44,4%

Por Da Redação

AtlasIntel: Lula vence todos os concorrentes da direita, menos Bolsonaro Créditos: Ricardo Stuckert e Marcos Corrêa

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (8) pela AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, aponta que o cenário político brasileiro segue marcado pela polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Mesmo inelegível, o ex-presidente lidera em intenções de voto em um eventual primeiro turno com os mesmos candidatos de 2022, figurando em empate técnico com o atual presidente da República.

Na pesquisa estimulada, Jair Bolsonaro aparece com 46% das intenções de voto, enquanto Lula soma 44,4%. A diferença de 1,6 ponto percentual está dentro da margem de erro, que é de dois pontos. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 4,5% das intenções, e Simone Tebet (MDB), com 1,5%. Os eleitores que declararam intenção de votar em algum outro candidato daquele pleito somam 1,6%, enquanto brancos e nulos representam 1,8%. A sondagem foi realizada com 2.621 entrevistas, entre os dias 27 e 30 de junho, por meio de questionários on-line. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

Outros cenários testados pela pesquisa indicam que Lula venceria todos os possíveis adversários de direita, com exceção de Bolsonaro. Contra o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista tem 44,6% das intenções de voto, enquanto o ex-ministro da Infraestrutura aparece com 34%. Já em uma eventual disputa com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Lula também venceria com folga: 45% contra 30,4% da presidente do PL Mulher.

A pesquisa ainda simulou um cenário entre Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda, e Tarcísio de Freitas. Neste caso, o resultado foi de empate técnico, com Tarcísio marcando 34% e Haddad, 33,3%, também dentro da margem de erro. Em simulações de segundo turno, Lula venceria todos os adversários testados, exceto Jair Bolsonaro. De acordo com a AtlasIntel, o petista superaria Michelle Bolsonaro, Eduardo Leite (PSD), Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e o próprio Tarcísio de Freitas.

A pesquisa também mediu a aprovação do governo Lula. Em relação ao mês anterior, a taxa de aprovação subiu dois pontos percentuais, atingindo 47,3%, o maior patamar registrado em 2025. Ao mesmo tempo, a desaprovação caiu de 53,7% para 51,8%. A avaliação geral do governo permanece relativamente estável: 51,2% consideram a gestão “ruim ou péssima”, enquanto 41,6% a classificam como “ótima ou boa”. Outros 7,2% avaliaram o governo como regular. Já a imagem do ministro Fernando Haddad melhorou levemente: a taxa de avaliação negativa caiu 2%.

O levantamento também identificou os principais problemas percebidos pela população. A corrupção foi mencionada por 58% dos entrevistados como a principal preocupação nacional. A criminalidade e o tráfico de drogas vieram em segundo lugar, citados por 46,8%, uma redução de três pontos percentuais em relação ao mês anterior. Em terceiro lugar, aparece a economia e a inflação, com 28% das menções.

Apesar do apoio expressivo ao modelo democrático, há insatisfação generalizada com o funcionamento das instituições. Para 81,5% dos entrevistados, a democracia é a melhor forma de governo. Contudo, 54,2% se dizem muito ou um pouco insatisfeitos com o regime democrático brasileiro. A desconfiança com as instituições é um dado central revelado pela pesquisa: 82% dos brasileiros dizem ter pouca ou nenhuma confiança na imprensa. Além disso, 69,8% acreditam que os meios de comunicação são pouco independentes ou estão totalmente controlados por interesses específicos.

O sistema judicial também é alvo de desconfiança. Para 59,1% da população, a Justiça brasileira não aplica a lei de forma justa e honesta. A percepção sobre os partidos políticos é ainda mais crítica. Nada menos que 90% dos entrevistados afirmam ter pouca ou nenhuma confiança nas legendas partidárias, e 87,1% dizem que os partidos representam pouco ou nada os interesses da sociedade. A descrença se estende à responsabilização por corrupção: 90,1% dos entrevistados acreditam que políticos raramente ou nunca são punidos.

A pesquisa também abordou o debate sobre a regulação das redes sociais. Para 53,3% dos brasileiros, é necessária e urgente uma legislação mais rígida sobre o funcionamento das plataformas digitais. A maioria confia mais no Supremo Tribunal Federal (STF) do que no Congresso Nacional para conduzir esse processo: 53% preferem que o Supremo elabore as regras, contra apenas 11% que defendem o papel do Legislativo. No entanto, 46% dos entrevistados expressam receio de que uma regulação conduzida pelo STF possa ameaçar a liberdade de expressão.

Conduzido pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, o estudo integra o projeto Latam Pulse, que visa monitorar a percepção da população brasileira sobre temas políticos, econômicos e sociais. As entrevistas foram realizadas por meio da internet, com cidadãos recrutados aleatoriamente durante a navegação em territórios geolocalizados.

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