Arrecadação federal bate recorde em novembro e soma R$ 2,59 trilhões no ano
O resultado representa um crescimento real de 3,75% em relação a novembro de 2024, já descontada a inflação medida pelo IPCA
Por Da Redação
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A arrecadação da União com impostos, contribuições e demais receitas alcançou um novo recorde para o mês de novembro, somando R$ 226,75 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (22) pela Receita Federal. O resultado representa um crescimento real de 3,75% em relação a novembro de 2024, já descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Além do melhor desempenho para o mês, o resultado também consolida o maior volume arrecadado no acumulado de janeiro a novembro. No período, a arrecadação federal atingiu R$ 2,59 trilhões, com alta real de 3,25% na comparação com os onze primeiros meses do ano passado. As informações completas estão disponíveis no site da Receita Federal.
Os números englobam a arrecadação de tributos federais como Imposto de Renda de pessoas físicas e jurídicas, receita previdenciária, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), PIS/Cofins, além de outras fontes. Também entram no cálculo receitas como royalties e depósitos judiciais, que não são diretamente administrados pela Receita, mas integram o total arrecadado pela União.
Considerando apenas as receitas administradas pelo Fisco, a arrecadação em novembro foi de R$ 214,39 bilhões, o que representa crescimento real de 1,06%. No acumulado do ano, essas receitas somaram R$ 2,47 trilhões, com alta real de 3,9%.
A Receita Federal destaca que a base de comparação do acumulado de janeiro a novembro é impactada por eventos não recorrentes e mudanças legislativas ocorridas em 2024, que não se repetiram em 2025. No ano passado, houve recolhimento extraordinário de R$ 13 bilhões em Imposto de Renda Retido na Fonte sobre rendimentos de capital, relacionado à tributação de fundos exclusivos. Essa arrecadação não ocorreu neste ano, após a sanção, em dezembro de 2023, da lei que alterou a tributação sobre fundos fechados e offshores.
Também foram registrados recolhimentos atípicos de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Entre janeiro e novembro de 2024, esses pagamentos extras somaram R$ 4 bilhões, enquanto no mesmo período de 2025 ficaram em R$ 3 bilhões. Segundo a Receita, sem considerar esses fatores extraordinários, o crescimento real da arrecadação no acumulado de 2024 teria sido de 4,51%.
Entre os principais destaques positivos do ano estão variáveis macroeconômicas ligadas ao desempenho da atividade produtiva, especialmente do setor de serviços, além do bom resultado da arrecadação previdenciária, impulsionada pelo aumento da massa salarial. A elevação do IOF e o avanço do PIS/Cofins também contribuíram para o resultado.
O IOF somou R$ 77,55 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2025, crescimento de 19,88% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a Receita, o resultado está relacionado principalmente a operações de saída de moeda estrangeira, crédito destinado a pessoas jurídicas e operações com títulos e valores mobiliários, influenciadas por alterações legislativas. Em junho, o governo chegou a elevar a cobrança em algumas operações de crédito por meio de decreto, posteriormente derrubado.
Outro destaque foi o crescimento real de 11,01% na arrecadação dos tributos incidentes sobre o comércio exterior e de 15,39% sobre rendimentos de residentes no exterior. Essa rubrica, considerada volátil, teve desempenho acima do esperado, puxada pela arrecadação de royalties, rendimentos do trabalho e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
O PIS/Cofins alcançou R$ 528,85 bilhões no acumulado do ano, com alta de 2,79%, influenciado pela regulamentação das apostas online, em vigor desde 2025. A arrecadação com casas de apostas virtuais saltou mais de 14.000%, passando de R$ 62 milhões para R$ 8,82 bilhões.
Apesar dos recordes, a Receita aponta sinais de desaceleração econômica. A arrecadação de IRPJ e CSLL cresceu apenas 1,44%, enquanto o IPI teve alta de 0,57%, refletindo a estabilidade da atividade industrial ao longo do ano.
