Ponto 14

Após DNIT alegar falta de recursos, DER-PR assume obras em pontos de deslizamento na BR-277: 'Trabalhando para dar fluidez de tráfego'

Por Giuliano Saito


Acordo de cooperação foi assinado entre as partes nesta sexta (16); governo estadual vai fazer serviços nos kms 39 e 41. DNIT permanece responsável por obras no km 42. Intenção é liberar mais faixas antes do Natal, segundo secretário de Infraestrutura. Secretário de Infraestrutura do Paraná falou sobre acordo de cooperação entre DER e DNIT Reprodução/RPC Depois do Governo Federal alegar falta de recursos, o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) vai assumir obras e serviços de reparação dos quilômetros 39 e 41 da BR-277 em Morretes, no litoral do estado, onde foram registrados deslizamentos. A rodovia está sob gestão do órgão federal desde o fim da concessão dos pedágios das rodovias do Anel de Integração do estado. Por isso, um acordo de cooperação foi firmado entre as partes nesta sexta-feira (16). De acordo com o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Fernando Furiatti, o objetivo é agilizar a liberação de novas faixas para garantir trafegabilidade no trecho. "Num primeiro momento pretendemos dar trafegabilidade. Sabemos que esses escorregamentos são obras complexas que não são resolvidas de forma muito rápida. [...] As obras vão continuar paralelamente. As equipes estão lá fazendo avalição da forma mais rápida para podermos liberar, no mínimo, mais uma faixa de rolamento para que isso dê mais fluidez", explicou o gestor da pasta. O secretário não informou uma data de prazo para a liberação de novas faixas, mas afirmou que a intenção é que isso seja feito antes do Natal. Ele frisou, ainda, que previsões dependem das condições de tempo e trégua nas chuvas. Deslizamento foi em 15 de outubro: desde então, parte das pistas está bloqueada e rodovia registra lentidão RPC Curitiba Há mais de dois meses, cerca de 30 toneladas de pedras desmoronaram sobre a pista na altura do quilômetro 42, interditando parte da rodovia. Leia também: Motoristas relatam mais de 4 horas de viagem de Curitiba para o litoral via BR-277, onde houve desmoronamento Interdição na BR-277 gera prejuízo de R$ 34 milhões para empresas do setor do transporte rodoviário de cargas, diz Fetranspar Deslizamento na BR-376: ANTT cita risco de 'caos total' e recomenda liberação da rodovia até 20 de dezembro Neste local, os serviços são feitos e vão continuar sob gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com um investimento estimado de R$ 1,6 milhão. Sobre estas obras, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação para o órgão disponibilizar equipe 24 horas. Veja abaixo. Já os outros dois pontos, que tiveram deslizamento no fim de novembro, ficam agora sob gestão do Governo do Paraná após o acordo por conta da falta de condição financeira do Dnit. Com isso, 100% dos recursos financeiros investidos serão oriundos da administração estadual, assim como os trabalhadores que vão atuar nos trechos. Por nota, o DNIT reforçou que o acordo vai permitir atuação conjunta nas obras emergenciais no segmento. Sobre o ponto que administra, disse que "executa uma contenção em tela grampeada na encosta de rocha" e que equipes realizam "as perfurações para execução dos grampos" com o objetivo de permitir a liberação de uma faixa adicional antes do feriado de Natal. A previsão para a conclusão total dos trabalhos é janeiro de 2023. Frisou, ainda, que "monitora constantemente todas as rodovias federais que estão sob sua jurisdição". Faixas reversíveis Em coletiva nesta sexta, Furiatti explicou ainda que a intenção é liberar pelo menos mais uma faixa de rolamento em cada um dos sentidos. Outro plano do Governo do Paraná, segundo ele, é a implantação de faixas reversíveis - que mudam o sentido de acordo com a demanda de fluxo. Isso ocorre na SC-405 em Florianópolis, por exemplo, onde a Polícia Rodoviária Estadual (PRE) modifica o sentido da pista central para auxiliar no desafogamento do tráfego (como em horários de pico). O secretário também ressaltou que o planejamento prevê a substituição de maquinários de grande porte do local, inclusive no km 42, pelo uso de andaimes. "Há possibilidade de substituição dos equipamentos que estão lá e que ocupam grande parte da faixa de rolamento. [...] Isso vai dar possibilidade de liberar mais faixas de tráfego. [...] A gente tem conversado com o DNIT a possibilidade de tirar os guindastes, sim. É possível, eles sinalizaram, depende de uma avaliação", afirmou. Furiatti ressaltou que toda a operação da rodovia precisa ser trabalhada em conjunto entre Governo do Paraná, Dnit e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O secretário também disse que serão feitas instalações de painel com mensagens variáveis de orientação, cones e iluminação noturna. Além disso, barreiras de concreto serão colocadas para que, "eventualmente, se tiver algum problema", elas segurem. Até a publicação desta reportagem, não havia um valor de orçamento das obras confirmado pelo governo estadual. De acordo com Furiatti, é preciso que a empresa já contratada faça análise do local para definir as ações, o que está previsto para ocorrer na segunda-feira (19). Sobre novos pontos de deslizamento, o secretário frisou que o DER-PR vai garantir a segurança dos usuários da rodovia. Ele ressaltou, porém, que não cabe ao órgão estadual, mas sim ao DNIT, fazer monitoramento de encostas e análise de risco. "Nosso termo de cooperação, do Estado do Paraná, é para solucionar quedas de barreira que já estão lá. Monitoramento de outros pontos não cabe ao Paraná, cabe ao estado solucionar o que está impedindo o trânsito na BR-277". Segundo o diretor-geral do DER, Alexandre Castro Fernandes, um boletim diário será divulgado sobre a situação das obras nos pontos com execução estadual. MPF determina equipe 24 horas na BR-277 Na última quarta (14), o MPF ingressou com uma ação para garantir o monitoramento das rodovias federais do Paraná que não possuem concessão e a desobstrução das vias interditadas de forma total ou parcial. Conforme ação, o órgão pede à Justiça Federal que determine ao Dnit a disponibilização de equipes próprias ou terceirizadas atuando 24 horas por dia para liberação da BR-277. O documento ainda solicita que o departamento publique um número de telefone para que usuários possam entrar em contato caso necessitem de informações sobre o local. Trechos liberados O DER informou, na quinta (15), que liberou a pista no km 32 da BR-277, sentido Curitiba. Não detalhou, entretanto, se o trecho ficará liberado permanentemente ou se voltará a ser interditado. Em 30 de novembro, o DNIT e o DER optaram por liberar parcialmente o trecho, em pista simples, do km 39,5 ao km 42 nos dois sentidos, tanto de quem segue de Curitiba-Paranaguá ou Paranaguá-Curitiba. O desmoronamento Deslizamento de pedras interdita pistas da BR-277 em Morretes Amanda Menezes/RPC Em 14 e 15 de outubro, cerca de trinta toneladas de pedras desmoronaram na BR-277, interditando parte da rodovia. Por conta do acidente, as faixas no sentido litoral precisaram ser totalmente bloqueadas. Um mês após a queda, o DNIT selecionou a empresa que deve fazer as obras de contenção na BR-277. O órgão federal decretou que a situação é uma emergência e, por isso, foi permitida dispensa de licitação para contratar a empresa. O valor da obra está estimado em R$ 1,6 milhão. De acordo com o DNIT, será instalada uma tela metálica, fixada com pregos. O secretário de Infraestrutura do Paraná, Fernando Furiatti, explicou na ocasião apenas o ponto onde houve o desmoronamento seria contido, inicialmente. Detalhou, ainda, que o DNIT vai monitorar outros pontos para avaliar se há risco em outros trechos. O departamento afirmou que está executando "obras de contenção da primeira encosta e realizando prospecção geotécnica dos escorregamentos mais recentes". VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Veja mais notícias do estado no g1 Paraná.