Advogado de defesa diz que acusação contra Bolsonaro não “se sustenta”

Defesa do ex-presidente afirma que não há elementos mínimos que comprovem tentativa de golpe; depoimento durou mais de três horas

Por Gazeta do Paraná

Advogado de defesa diz que acusação contra Bolsonaro não “se sustenta”

O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, afirmou nesta terça-feira (10) que as acusações contra o ex-presidente no caso da suposta trama golpista “não se sustentam em elementos mínimos”. A declaração foi feita após o interrogatório de Bolsonaro à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vencedor das eleições de 2022.

Em publicação na rede X (antigo Twitter), o advogado classificou a acusação como “uma narrativa”. Segundo ele, o ex-presidente deixou claro durante o depoimento que “jamais pretendeu atentar contra as instituições ou promover alguma sorte de quebra institucional”.

“O depoimento do presidente – momento culminante deste famigerado processo –, deixou ainda mais assente que a acusação é uma narrativa que não se sustenta em elementos mínimos, evidenciando mais um episódio, a se lamentar, de judicialização da política e politização da Justiça”, escreveu Bueno.

Durante o interrogatório, que durou pouco mais de três horas, Bolsonaro admitiu que hipóteses para contestar o resultado das eleições foram discutidas, inclusive com o alto escalão das Forças Armadas. No entanto, ele afirmou que não havia “clima”, “oportunidade” ou “base minimamente sólida” para qualquer reação institucional à derrota nas urnas.

Além de Bolsonaro, também prestaram depoimento nesta terça-feira:

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), os seis integram o chamado “núcleo 1” da suposta trama golpista.

Com informações do Metrópoles