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Academia adverte aluno gay que usava short “curto”: “Agradar a Deus”

Aluno afirma que nunca foi avisado sobre código de vestimenta; caso gerou polêmica nas redes sociais e acusações de homofobia

Por Gazeta do Paraná

Academia adverte aluno gay que usava short “curto”: “Agradar a Deus”

Uma academia em Anápolis (GO) foi alvo de críticas nas redes sociais após advertir um aluno gay por utilizar uma bermuda considerada “curta” durante o treino. O caso ocorreu na segunda-feira (30) e ganhou repercussão após ser relatado publicamente por Marcus Andrade, produtor de eventos e frequentador do espaço.

Marcus contou que foi abordado no meio do treino por um funcionário, que teria alegado que a vestimenta violava os “bons costumes” do estabelecimento e não era apropriada para o ambiente familiar da academia. “Disseram que prejudicava a segurança e a comodidade dos demais alunos. Nunca me falaram nada antes, e treino lá há mais de um ano”, relatou à coluna.

Em nota oficial, a academia afirmou que a abordagem foi feita “de forma privada e respeitosa” e alegou que a peça usada por Marcus era inadequada para determinados exercícios de musculação. A empresa sugeriu, segundo o comunicado, o uso de uma bermuda de compressão por baixo, “com o objetivo de garantir maior conforto e segurança”.

Marcus, no entanto, contesta a versão. “Essa sugestão nunca foi feita. Eles estão espalhando na cidade que eu estava sem roupas íntimas, o que é mentira. Fiz exercícios para costas, sem qualquer exposição indevida”, afirmou.

O aluno ainda classificou a situação como constrangedora e levantou a hipótese de homofobia. “Nunca imaginei que uma academia, sendo um espaço comercial, traria práticas e valores evangélicos para dentro do ambiente. Isso é uma forma de julgamento e exclusão”, desabafou.

A academia afirmou que o contrato prevê orientações sobre vestuário e que busca “encantar e surpreender cada pessoa com excelência, zelo e propósito, sempre para agradar e honrar a Deus”. No mesmo comunicado, declarou que “não faz qualquer distinção de gênero, aparência, orientação ou estilo pessoal”.

A denúncia repercutiu após ser publicada na rede social X por um amigo de Marcus, que destacou sua orientação sexual e questionou o tratamento recebido. Marcus diz que nunca viu outros alunos serem repreendidos por roupas semelhantes, o que reforça a suspeita de discriminação.

Com informações do Portal Metrópoles

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