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Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional lei do Paraná que instituiu serviço de despachante de trânsito. Programa CNH Social em Campo Grande. Reprodução Na última semana o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a lei do Paraná que instituiu o serviço de despachante de trânsito. Com a decisão, a lei estadual que definia a necessidade de concurso público para o credenciamento como despachante de trânsito foi derrubada. O Paraná conta com cerca de 1.200 despachantes de trânsito credenciados em todo o estado. VEJA A LISTA DE DESPACHANTES NO PARANÁ O despachante é a pessoa responsável por fazer requerimentos, encaminhamentos e iniciar trâmites burocráticos junto a órgãos públicos, representando os clientes. No caso do despachante de trânsito, o profissional atua diretamente com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Decisão do STF De acordo com o procurador-geral da República, Augusto Aras, a lei estadual foi criada com a prerrogativa de determinar regras de caráter administrativo sobre a atuação dos despachantes junto aos órgãos de trânsito. Porém, segundo o jurista, a norma regulamentou a profissão, uma vez que estabeleceu requisitos para a habilitação do exercício, para o credenciamento dos profissionais e para a realização de concursos públicos, além deter definido atribuições, direitos, deveres, impedimentos e penalidades. Por conta disso, conforme Aras, a norma invade a competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho, trânsito e transporte e condições para o exercício de profissão. Nos últimos meses, o STF classificou como inconstitucionais normas semelhantes de outros estados brasileiros, entre eles Goiás, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. LEIA MAIS: STF declara inconstitucional lei paranaense que instituiu serviço de despachante de trânsito Em nota, o Sindicato dos Despachantes do Estado do Paraná (Sindepar) afirmou que a decisão prejudica os despachantes e a população paranaense. Ainda conforme o Sindepar, o modelo de prestação de serviços em funcionamento é eficiente e seguro. O que muda De acordo com Marcelo Araújo, advogado especialista em trânsito, os efeitos práticos da decisão são poucos. Ele explica que a Lei Estadual nº 17682, de 2013, estabeleceu como um dos critérios para o credenciamento como despachante de trânsito a necessidade de concurso público. Porém, desde então, o Detran-PR disponibilizou a seleção para a função apenas em 2014. Por conta disso, conforme o advogado, a tentativa de pessoas para tentar se credenciar a fim de exercer a atividade no estado mesmo sem o concurso passou a ser por meio de medidas judiciais. Araújo explica que os interessados faziam um requerimento administrativo à instituição, que era majoritariamente negado, justamente porque não atendia a lei estadual. Em seguida, a pessoa entrava então com uma ação judicial, demonstrando que o Detran-PR não realizava mais concursos e que a profissão deveria ser regulamentada pela União, e não pelo estado, como acontecia até então e como justifica também o STF na decisão desta semana. Araújo explica que a alternativa era procurada justamente por pessoas que atuam na área ou junto com despachantes credenciados e tinham interesse em também conseguirem o credenciamento. "Houve em 2022 a mudança da Lei Estadual, o que, ao nosso ver, tirando algumas mudanças, apenas mudou que ao invés da exigência de concurso, há a exigência de um processo seletivo. De alguma maneira, continua exigindo que a pessoa realize uma prova para que recebesse o credenciamento. Porém continuava a ser uma lei estadual regulamentando uma atividade que não era regulamentada pela União", explica o advogado. Desta forma, segundo Araújo, para os despachantes a decisão do STF é emblemática. "As pessoas já credenciadas já têm o direito adquirido", reforça. LEIA TAMBÉM: Jovem morta estrangulada com cabo de carregador de celular deixou caderno com planos para 2023: 'Me amar e aceitar em primeiro lugar' Morador de Cambé ganha prêmio de R$ 1 milhão em sorteio do Nota Paraná; confira outros prêmios Justiça proíbe Curitiba de autorizar shows na Pedreira Paulo Leminski em dias de jogos decisivos ou clássicos de futebol VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.
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