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Escritora, referente da literatura brasileira, morreu no sábado (17) em Lisboa, após passar por uma cirurgia de emergência por problemas nas vias biliares. Causa ainda não foi divulgada. A escritora Nélida Piñon em imagem de maio de 2019 Wilton Junior/Estadão Conteúdo O processo de translado ao Brasil do corpo da escritora brasileira Nélida Piñon, morta no sábado (17) aos 85 anos em Lisboa, deve começar na segunda-feira (19), de acordo com a família. Uma das grandes referências da literatura brasileira, Piñon foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL) em cem anos. As obras da escritora, como "A Casa da Paixão", foram traduzidas em 30 países e venceram diversos prêmios. A causa da morte não foi divulgada. Segundo o atual presidente da ABL, Merval Pereira, ela teve problemas nas vias biliares e passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu. A família e a ABL começarão a tratar na segunda das burocracias para que se faça o traslado do corpo de Portugal ao Brasil. O hospital onde a escritora foi internado em Lisboa não deu informações sobre o processo. FOTOS: Nélida Piñon foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras Morre Nélida Piñon: escritores destacam pioneirismo da escritora O sepultamento de Nélida Piñón, ainda sem data definida, ocorrerá no mausoléu da ABL, que fará ainda uma sessão de homenagem à autora em 02 de março de 2023. Obra Nélida Piñon acreditava na importância dos livros: "Nasceram para viajar" A escritora teve mais de 20 livros publicados, entre romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias. Seu primeiro romance foi publicado em 1961, "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo". Em 1972, ela lançou "A Casa da Paixão", considerado um de seus melhores e mais conhecidos romances, vencedor do Prêmio Mário de Andrade. Entre os prêmios ganhos, estão o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe, em 1995 (primeira vez dado a uma mulher e para um autor de língua portuguesa); o Bienal Nestlé, categoria romance, pelo conjunto da obra, em 1991, e o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube, ambos em 1985, pelo romance “A República dos Sonhos”. Em 1998, foi primeira mulher a receber o Doutor Honoris Causa da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, 1998. Veja a lista completa das obras de Nélida Piñón: 1961: "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo" (romance) 1963: "Madeira Feita Cruz" (romance) 1998: "Tempo das Frutas" (contos) 1969: "Fundador" (romance) 1972: "A Casa da Paixão" (romance) 1973: "Sala de Armas" (contos) 1974 "Tebas do Meu Coração" (romance) 1977: "A Força do Destino" (romance) 1980: "O Calor das Coisas" (contos) 1984: "A República dos Sonhos" (romance) 1987: "A Doce Canção de Caetana" (romance) 1994: "O Pão de Cada Dia" (fragmentos) 1996: "A Roda do Vento" (romance infanto-juvenil) 1999: "Até Amanhã, Outra Vez" 1999: "O Cortejo do Divino e outros Contos Escolhidos" 2002: "O Presumível Coração da América" (discursos) 2004: "Vozes do Deserto" (romance) "O Ritual da Arte", ensaio sobre a criação literária (inédito) 2006: "La Seducción de La Memória" 2008: "Aprendiz de Homero" (ensaios). 2009: "Coração Andarilho" (memórias) 2012: "Livro das Horas" 2016: "Filhos da América"
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