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Trabalhadores da Celepar rejeitam PDV e ameaçam greve

Trabalhadores da Celepar rejeitam PDV e ameaçam greve em caso de avanço na privatização sem diálogo

Por Gabriel Porta

Trabalhadores da Celepar rejeitam PDV e ameaçam greve Créditos: Orlando Kissner/ALEP

Os funcionários da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) decidiram, em assembleia, rejeitar a proposta de Programa de Demissão Voluntária (PDV), considerada pelos trabalhadores como parte do processo de privatização da empresa pública. A recusa veio acompanhada de um alerta: caso o governo avance com a venda da estatal sem diálogo, a categoria pode deflagrar uma greve.

Paralelamente, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu uma nova linha de apuração para investigar contratações milionárias realizadas sem licitação no contexto da preparação para a privatização. Conforme levantamento feito no Portal da Transparência, o governo estadual já desembolsou mais de R$ 10 milhões nesse processo.

Para os empregados, aceitar o PDV seria legitimar a tentativa de privatização. “A proposta de desligamento voluntário está inserida num plano maior de enfraquecimento e entrega de uma empresa pública estratégica para o Estado. Não concordamos com isso e não vamos aceitar calados”, afirmou Paulo Jordanesson Falcão, integrante do Comitê de Trabalhadores Contra a Privatização da Celepar, em entrevista ao Brasil de Fato.

Os servidores também não descartam a possibilidade de paralisação. Diante do impasse na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e de eventuais perdas de direitos, o sindicato estuda acionar a Justiça do Trabalho com pedido de dissídio.

Na última terça-feira (6), a promotora Claudia Cristina Rodrigues Martins Maddalozzo determinou o desmembramento de um inquérito anterior e deu início a uma nova apuração sobre contratações feitas pela Celepar com dispensa de licitação.

De acordo com informações divulgadas, o governo estadual contratou, sem concorrência pública, a empresa Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda. e o escritório RVC Advogados para assessorar a desestatização da companhia.

A promotora destacou na decisão que a contratação sem licitação, especialmente em valores elevados, precisa ser claramente justificada. “A adoção de medidas excepcionais, como a inexigibilidade, requer comprovação inequívoca de que não há possibilidade de competição. Caso contrário, pode-se incorrer em violação aos princípios constitucionais da licitação, da moralidade e da eficiência administrativa”, argumentou.