Compositor irá ocupar a cadeira 33, em sucessão a Jô Soares. Tom Zé Murilo Alvesso / Divulgação O cantor e compositor Tom Zé foi eleito, nesta quarta-feira (28), membro da Academia Paulista de Letras com 32 votos dos 35 presentes. Baiano de Irará e morador da Zona Oeste da capital paulista e nascido Antônio José Santana Martins, Tom Zé tem 85 anos e irá ocupar a cadeira nº 33 em sucessão a Jô Soares. O compositor, poeta, músico e ecologista escolheu São Paulo para viver e muitas de suas músicas contemplam a capital, como "São, São Paulo", que ganhou o festival da Record em 1968. Uma das figuras mais originais da MPB e ícone da Tropicália, Tom Zé se instalou em São Paulo e fez da cidade uma personagem importante da sua produção. Em entrevista à TV Globo, o agora imortal contou que foi surpreendido ao saber que era candidato para integrar a Academia Paulista de Letras. “Quando me falaram que eu ia ser candidato, eu de princípio tomei um susto natural. Mas, depois, quando eu comecei a conversar com uma ou outra pessoa, eles davam apoio me incentivando", lembra o artista, que recebeu a notícia do maestro Júlio Medaglia, que já trabalhou e estudou com ele no passado, e também de José Renato Nalini, presidente da Academia Paulista de Letras. Nalini afirma que Tom Zé é um artista que, apesar de ser baiano, mora há mais de 50 anos em São Paulo e conseguiu traduzir como ninguém a essência paulista: “Um grande artista e poeta que continua atual.” O fato de estar na cadeira ocupada por Jô Soares é visto como uma homenagem por Tom Zé. “O respeito que eu tenho pela figura que Jô foi nesse mundo civilizado", ele diz. Para ele. estar na Academia Paulista também simboliza a relação intrínseca que tem com São Paulo: “Eu sou o compositor que mais fez músicas falando de São Paulo. Então eu fui mesmo absorvido pela cidade”, afirmou. Neste ano, o compositor lançou o álbum "Língua Brasileira", uma obra musical que contempla, além da criação musical, a pesquisa em linguagem teatral, letras, antropologia e outras disciplinas e tem justamente o nosso idioma como foco.
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