Alexandre Curi

Temendo derrota, Moro articula para evitar confronto com Curi em 2026

Moro vê em Alexandre Curi um adversário com forte capacidade de articulação e potencial para formar frente ampla em 2026

Por Da Redação

Temendo derrota, Moro articula para evitar confronto com Curi em 2026 Créditos: Montagem/GP/Assessorias

A disputa pelo governo do Paraná em 2026 já começou a ser desenhada nos bastidores, e o senador Sérgio Moro (União Brasil) atua com cautela para evitar um cenário que considera arriscado: enfrentar o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Alexandre Curi (PSD), no segundo turno.

Fontes ouvidas com exclusividade pela Gazeta do Paraná revelam que Moro e seus estrategistas avaliam a possibilidade de reviver no plano estadual o fiasco da extrema direita nas eleições municipais de Curitiba, em que Cristina Graeml (ex-PMB, hoje no Podemos) foi derrotada por Eduardo Pimentel (PSD) após a formação de uma frente ampla suprapartidária.

A avaliação é de que Alexandre Curi representa um nome com alto poder de articulação política, capaz de reunir forças diversas da direita moderada à centro-esquerda em torno de um projeto de continuidade e estabilidade. Sua longa trajetória política, o bom trânsito entre diferentes legendas e a proximidade com o governador Ratinho Júnior (PSD) o colocam como forte candidato a herdar o posto.

Apesar de ainda não ter oficializado a pré-candidatura, Curi é considerado por aliados do governo como o nome mais competitivo para manter o grupo no poder. Na semana passada, inclusive, ele apareceu ao lado de Ratinho em uma série de agendas no interior do estado, o que foi interpretado como um possível aceno do governador à sua sucessão.

Além de Curi, outros nomes da base governista são cotados, como o vice-governador Darci Piana, o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca, o secretário estadual da Saúde Beto Preto, o secretário de Infraestrutura Sandro Alex e o secretário das Cidades Guto Silva, este último visto por aliados de Moro como o adversário ideal, por ser considerado menos 'forte'.

Moro, por sua vez, aposta na manutenção de uma base fiel, formada por eleitores bolsonaristas e antipetistas. No entanto, interlocutores reconhecem que sua candidatura pode perder força diante de um adversário com perfil de composição como Curi. Para evitar o isolamento político, o ex-juiz da Lava Jato já articula alianças e busca neutralizar nomes que possam representar um risco real de derrota.

Nos bastidores, a possibilidade de uma frente ampla progressista também é cogitada. O campo lulista estuda lançar um nome competitivo que represente os interesses do governo federal no Paraná e dialogue com o eleitorado mais à esquerda. Esse terceiro polo pode embaralhar ainda mais o tabuleiro eleitoral, obrigando Moro a disputar votos com uma direita dividida e o centro mais articulado.

O caso de Curitiba serve como sinal de alerta. Na capital, a candidatura de Cristina Graeml foi barrada por uma ampla coalizão que incluiu até adversários históricos. A leitura de bastidor é que, em 2026, o roteiro pode se repetir: Moro no papel de Cristina, e Curi como o nome de união para impedir o avanço da extrema direita ao Palácio Iguaçu.

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