Ponto 14

Siprovel afirma que faltam professores em escolas e CMEIs de Cascavel

Segundo o Sindicato, profissionais estão tendo de assumir turmas além da sua carga horária

Por Bruno Rodrigo

Siprovel afirma que faltam professores em escolas e CMEIs de Cascavel Créditos: Siprovel

O início do ano letivo de 2025 em Cascavel trouxe consigo uma preocupação crescente: a falta de professores e profissionais da educação nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis). Segundo o Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Ensino de Cascavel (Siprovel), com mais de 33 mil crianças retornando às aulas, a escassez de educadores tem impactado diretamente a qualidade do ensino, sobrecarregando os profissionais em atividade e comprometendo o processo de aprendizagem.

A situação tem sido motivo de alerta do sindicato, que tem pressionado a administração municipal a acelerar as convocações de aprovados em concursos públicos para suprir a demanda. Segundo o sindicato, a ausência de um número adequado de professores prejudica não apenas a organização das unidades escolares, mas também as condições de trabalho e o desenvolvimento pedagógico dos alunos.

Diante do cenário preocupante, o Siprovel vem cobrando respostas da Secretaria Municipal de Educação sobre as medidas que serão adotadas para evitar um colapso no sistema educacional da cidade. Em janeiro, antes mesmo do início das aulas, a entidade já havia solicitado um planejamento para garantir que todas as unidades contassem com equipes completas. Contudo, até o momento, não houve uma resposta clara sobre o cronograma de novas nomeações.

“Temos salas de aula sem professor regente, sem agente de apoio e alunos com deficiência sem professor de apoio pedagógico. Desde janeiro o Siprovel vem cobrando providências da Secretaria Municipal de Educação. Inclusive protocolamos um ofício para que houvesse chamamento do concurso público, mas até agora nada foi feito”, diz a presidenta do Sindicato Gilsiane Quelin Peiter e a Diretora de Assuntos Didáticos e Pedagógicos Angela Maria da Silva, em vídeo divulgado nas redes sociais.

A ausência de um número adequado de docentes tem reflexos diretos na rotina das escolas e CMEIs. Muitos profissionais acabam assumindo turmas além da sua carga horária, enquanto algumas turmas ficam sem aulas por falta de substitutos. Essa sobrecarga gera estresse e desgaste emocional nos educadores, além de comprometer a qualidade do ensino.

Pais e responsáveis também estão preocupados com a situação. "Nossa maior preocupação é que as crianças acabem sendo prejudicadas. O aprendizado delas depende de uma estrutura organizada, com professores capacitados e em número suficiente", comenta Márcia Souza, mãe de um aluno da rede municipal.

Para resolver o problema, o Siprovel reforça a necessidade de urgência na convocação de novos profissionais. A entidade defende que o município acelere o processo de nomeação dos aprovados em concurso público e estabeleça um planejamento eficiente para que situações como essa não se repitam nos próximos anos.

O Sindicato protocolou um ofício na Secretaria de Planejamento e Gestão, solicitando a contratação imediata de servidores para suprir as ausências.

“Diante da inércia da Semed, está sendo protocolado um ofício na Secretaria de Planejamento e Gestão, cobrando a contratação imediata desses servidores. Não existe nada mais urgente do que investir em educação, garantir professores nas escolas e no CMEIS, entregar um serviço de Qualidade para população. E isso não é apenas uma necessidade, é uma obrigação da prefeitura. O chamamento de professor, professor de educação infantil e agente de apoio através de concurso público, tem que acontecer imediatamente. A comunidade escolar não pode esperar mais”, afirma o Sindicato.

Desvalorização salarial

Além da falta de profissionais, outro fator que preocupa a categoria é a defasagem salarial. Os professores municipais estão recebendo salários 30,03% abaixo do Piso do Magistério, conforme prevê a Lei Federal nº 11.738/2008 e a Lei Municipal nº 6.445/2014. O novo valor do piso nacional, estabelecido pelo Ministério da Educação em R$ 4.867,77, ainda não foi devidamente implementado no município.

A desvalorização financeira tem levado muitos educadores a buscarem outras oportunidades de trabalho, aumentando ainda mais a escassez de profissionais nas salas de aula.

Em nota a Semed afirmou que "

realiza análises contínuas da necessidade de professores e profissionais da educação, na Rede Pública Municipal de Ensino, encaminhando para a Secretaria de Planejamento e Gestão periodicamente a relação de vagas existentes, para a a convocação de aprovados em concurso público e testes seletivos, para suprimento das vagas.

Ocorre que as exonerações, aposentadorias e outros motivos de desligamentos acabam por provocar uma vacância recorrente de servidores, e a tramitação das contratações, que envolve diversas etapas admissionais nem sempre consegue suprir tais vagas no tempo necessário.

Soma-se a isso o fato de que no ano de 2024, em função das vedações do período eleitoral, não foram realizadas convocações para acréscimo de servidores, apenas reposição, o que acabou por agravar a situação, represando a demanda para 2025.

O Município frisa que vem buscando suprir a falta de servidores nas instituições de ensino, dentro das possibilidades orçamentárias, conforme as convocações que têm ocorrido e que podem ser acompanhadas no Diário Oficial, bem como a recente realização de concurso público para o cargo de Agente de Apoio, cuja lista de aprovados foi divulgada ainda nesta semana.

Reitera-se que a gestão municipal está comprometida em buscar soluções viáveis para garantir que as unidades de ensino contem com os profissionais necessários para oferecer um ensino de qualidade aos alunos."

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