Ratinho Junior testa sucessores e disputa interna agita o PSD no Paraná
Almoço político, aparições públicas e rumores sobre migração partidária acirraram a corrida pela sucessão do governador Ratinho Junior
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A movimentação política no Paraná entrou em nova fase com o lançamento das inserções partidárias do PSD, que colocam em evidência o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, o secretário das Cidades, Guto Silva, e o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca.
A estratégia, articulada pelo governador Ratinho Junior (PSD), é vista como um teste de popularidade e alcance regional dos principais aliados cotados para disputar o governo do Estado em 2026.
Nos vídeos, o partido aposta na defesa da continuidade da atual gestão e no discurso de estabilidade administrativa. Em uma das peças, Curi destaca a harmonia entre os Poderes e afirma que o Paraná “não perdeu tempo com brigas ideológicas”. O governador encerra as mensagens com o lema “retroceder jamais” e o convite: “bora acelerar”.
Greca e Guto Silva também aparecem em inserções semelhantes, ressaltando, respectivamente, a experiência na administração pública e a atuação voltada ao desenvolvimento municipal.
As peças serão exibidas em rede estadual nesta terça (11), quinta (13) e sábado (15), entre 19h30 e 22h30, segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nos bastidores, o movimento é interpretado como o início oficial da disputa interna do PSD. O objetivo seria avaliar a reação do eleitorado e medir a capacidade de comunicação e mobilização de cada nome.
Disputa interna ganha visibilidade
A corrida pela sucessão ganhou novo impulso após um almoço reservado com cerca de 50 lideranças políticas, realizado no último sábado (8). O encontro, segundo fontes próximas ao governo, foi visto como uma demonstração de força de Guto Silva, um dos nomes mais próximos do governador. A informação foi divulgada pelo blogueiro Esmael Moraes.
Nos últimos dias, a disputa se tornou mais visível. Guto Silva foi destaque em reportagens da Agência Estadual de Notícias e da RPC, enquanto Alexandre Curi participou de entrevistas na Jovem Pan e CBN. As aparições públicas reforçaram a percepção de rivalidade dentro do grupo governista.
Apesar das movimentações, aliados do Palácio Iguaçu afirmam que Ratinho Junior mantém o discurso de unidade e não pretende antecipar a definição sobre o sucessor. Internamente, há receio de que uma escolha precoce possa provocar divisões dentro do partido.
Segundo noticia divulgada pelo blog do Esmael, caso o cenário se torne desfavorável, Curi poderia deixar o PSD e migrar para o Republicanos, legenda aliada à base governista.
Greca e possíveis alianças
O secretário de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca, também figura entre os possíveis nomes para a disputa. Nos bastidores, há conversas sobre uma eventual filiação ao Podemos, que abriria espaço para alianças mais amplas.
Há ainda especulações sobre composições com Alvaro Dias e Filipe Barros (PL), que poderiam disputar o Senado em um eventual bloco de centro-direita.
Oposição observa e se articula
Enquanto o PSD vive um processo de reorganização interna, a oposição busca espaço. O deputado Requião Filho (PDT) surge como nome viável para o governo, com apoio da Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV.
A leitura entre aliados é que divisões dentro do PSD podem abrir caminho para candidaturas de fora do grupo governista. O campo progressista também mira uma das vagas ao Senado, com o nome de Enio Verri (PT) entre os cotados.
Cenário indefinido
Analistas políticos avaliam que a movimentação do PSD é parte de uma estratégia controlada por Ratinho Junior, que pretende manter o partido unido enquanto observa o desempenho dos possíveis sucessores.
A definição sobre quem disputará o governo deve ocorrer apenas em 2026, após o governador medir a força política de cada aliado e o impacto das inserções partidárias junto ao eleitorado.
