Ratinho Jr. ganha espaço na direita com negativas de Tarcísio para disputa presidencial

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem reforçado em conversas reservadas que não pretende disputar a Presidência da República em 2026. A decisão, segundo aliados, está ligada ao cenário de fragmentação da direita e ao desgaste interno provocado pela atuação de lideranças como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), cuja articulação em torno das sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil teria contribuído para fortalecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do Portal G1.

Tarcísio tem concentrado sua estratégia na tentativa de reeleição em São Paulo. Além da divisão no campo conservador, pesa em sua avaliação o risco de depender do apoio da família Bolsonaro em uma eventual candidatura nacional, além da necessidade de preservar a própria família de um futuro incerto. Caso tentasse o Planalto, teria de deixar o governo paulista até abril de 2026, o que é visto por ele como um movimento arriscado diante da falta de unidade na direita.

Nos bastidores, a decisão de Tarcísio abriu espaço para que o nome do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), ganhe força como alternativa. Apontado inicialmente como plano B, Ratinho tem se movimentado com maior visibilidade e ampliado sua articulação nacional. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, intensificou a aproximação do governador com setores estratégicos da política e do empresariado, além de lideranças do mercado financeiro.

Enquanto Tarcísio se mantém no Republicanos e reafirma lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas fora da disputa presidencial, Ratinho Jr. surge como aposta de parte do campo conservador para 2026. O movimento sinaliza que, diante da ausência de consenso em torno de Tarcísio e das incertezas sobre a viabilidade da candidatura de Eduardo Bolsonaro, o governador paranaense pode se consolidar como principal nome da direita na corrida ao Planalto.