Quem é Leo Bolsonaro, sobrinho de Jair e pré-candidato a vereador
Leo Bolsonaro é pré-candidato a vereador de Cascavel pelo Partido Progressistas (PP) e chega para ser um dos principais apoiadores de Márcio Pacheco
Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Bolsonaro, é sobrinho do ex-presidente da república Jair Bolsonaro e primo de Renan, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Leo Bolsonaro é pré-candidato a vereador de Cascavel pelo Partido Progressistas (PP) e chega para ser um dos principais apoiadores de Márcio Pacheco, pré-candidato à prefeito de Cascavel, na próxima eleição municipal.
A oficialização da pré-campanha ocorreu no dia 21 de junho, no Bairro Country, em Cascavel. Léo recebeu o apoio de figuras importantes do Partido Progressistas, como Aldo Rosa, Secretário Geral Nacional do PP, e Ricardo Barros, Tesoureiro Nacional do PP e Secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Paraná. Eduardo Bolsonaro também enviou votos de boa sorte ao primo.
O sotaque não engana: Léo Bolsonaro é carioca da gema. Segundo apuração do Jornal Gazeta do Paraná, Léo está morando em Cascavel desde novembro de 2023 e possui familiares no Paraná. O pré-candidato concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Gazeta do Paraná e abordou temas de interesse público, sua proximidade com Cascavel e suas controvérsias no meio político.
Leo Bolsonaro abordou sobre sua aproximação com a Capital do Oeste. "Meu contato com Cascavel começou em 2017. Eu tinha amigos vinculados à Stock Car e recebi um convite para assistir a uma prova da categoria na cidade. Esse convite me proporcionou a oportunidade de conhecer a cidade e criar um círculo de amizades", conta.
Por sua ligação com o setor agropecuário, Cascavel sempre teve uma forte inclinação política de direita. Esses grupos políticos facilitaram a aproximação de Léo com a cidade. "Mantinha contatos em Cascavel por causa da política, especialmente com grupos de direita. Ao longo dos anos, mantive conversas frequentes, tanto virtuais quanto presenciais, que foram desde momentos felizes até discussões sobre temas políticos e pessoais. Essas interações me fizeram desenvolver um carinho especial por Cascavel".
Em uma cidade que tem grande apreço pelo nome Bolsonaro, Léo com certeza seria bem recebido pelos cascavelenses. "O nome Bolsonaro que carrego traz comigo tanto carinho quanto prestígio".
Durante a eleição presidencial de 2022, Jair Bolsonaro recebeu 110.246 votos no primeiro turno, o que correspondia a pouco menos de 60% dos votos. No segundo turno, o número aumentou para 125.392 votos, equivalente a 66% dos votos.
Alguns afirmam que Léo Bolsonaro está em Cascavel apenas para se aproveitar da fama de seu tio, especialmente porque ele não teve sucesso na política até agora. Por isso, é sempre bom que Leo Bolsonaro mostre quem ele é. "Sou filho do coronel Cláudio Márcio e da missionária cristã Rosemeire. Ambos vêm de origens humildes. Por ser filho de militar, sempre tive uma vida sem grandes luxos, como qualquer outro brasileiro. Comecei a trabalhar muito cedo e sempre estive envolvido na política, enfrentando constantes desafios".
Aos 41 anos, Léo se vê como um soldado pronto para novos embates. "Neste momento, me vejo como um soldado de volta ao campo de batalha, após um ano e meio de recuperação e reflexão".
Em 2022, Léo Bolsonaro concorreu a uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo PL, mas não foi eleito, obtendo 1.801 votos.
Mas quem é Léo Bolsonaro?
O pré-candidato a vereador Léo Bolsonaro possui um passado controverso, marcado por diversas acusações e investigações. Ele foi alvo da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal (PF), que investigou os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023, quando houve a invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília. Léo confirma que esteve presente na manifestação daquele dia, mas alega que a situação foi causada por infiltrados que provocaram danos ao patrimônio. "Estive na manifestação que se iniciou de forma pacífica, mas havia infiltrados que causaram danos ao patrimônio. Fui investigado, houve busca e apreensão em minha casa, mas até agora não houve comprovação de nenhuma ilegalidade. Estou à disposição da Justiça e acredito que ela deve ser feita em todos os momentos. Por isso, dei meu depoimento à Polícia Federal e estou tranquilo com relação a isso", argumenta.
Leonardo é mencionado no livro "Tormenta", da competente jornalista Thaís Oyama, que relata tentativas de Carlos Bolsonaro para conseguir cargos para Léo no Palácio do Planalto. Ele também trabalhou como assessor do senador Chico Rodrigues-União-RR, recebendo um salário bruto de R$ 22.943,73 entre abril de 2019 e outubro de 2020, até pedir exoneração após o senador roraimense ser flagrado com R$ 30 mil na cueca, dinheiro desviado de recursos da Saúde durante a pandemia.
Em dezembro de 2020, Léo foi nomeado auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado, com um salário de R$ 5.735,93, mas foi exonerado após uma reportagem do UOL revelar que ele era um funcionário fantasma. Ele também foi alvo de um inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) relacionado às manifestações bolsonaristas de 7 de setembro de 2021, nas quais promoveu arrecadação de fundos para os atos. "Não sou réu em nada, então não tenho do que me envergonhar", afirmou.
Léo também menciona que não se incomoda com ataques menores ou descontextualizados, como uma foto antiga de um carnaval em que ele se vestiu de ‘diabinho’. "Está circulando uma foto minha do carnaval de 2004, em que estou vestido de diabinho. Se você fizer a conta, são mais ou menos 20 anos atrás. Espero um ataque mais elaborado dos meus rivais, porque quem nunca fez uma besteira ou se vestiu de algo inusitado em algum momento da vida?", questiona.
Relação com Jair Bolsonaro
Leonardo Bolsonaro falou sobre sua proximidade e a importância de sua relação com o tio, Jair Bolsonaro. "É muito próxima. Quem tem um tio amigo sabe como é. Desde pequeno, assim como meu pai sempre me orientou a me virar e fazer as coisas sozinho, nas nossas férias íamos para a região de Angra pescar. Nós mesmos preparamos tudo, e graças a Deus, tive ótimas referências masculinas na família: meu tio Bolsonaro, meu pai Márcio e meu avô João Garcia. Foram referências muito boas para mim”
O pré-candidato a vereador elogia a liderança política de seu tio. Segundo Léo, Jair sempre demonstrou um forte vínculo com os eleitores e uma habilidade em formular e implementar estratégias políticas, especialmente através da internet durante a campanha presidencial. "Sempre estive ao lado dele, oferecendo apoio, e ele sempre teve total domínio em várias circunstâncias, demonstrando um controle emocional e uma inteligência diferenciada. Ele é um exemplo para mim em muitos aspectos, especialmente com seu slogan 'os ideais não morrem'. Tenho muito carinho e orgulho de onde ele chegou e de ter participado de perto de tudo isso".
Compromissos com Cascavel
Os principais objetivos da pré-campanha de Léo Bolsonaro são fortalecer o apoio ao pré-candidato à prefeitura de Cascavel, Marcio Pacheco, e promover sua própria candidatura a vereador. Segundo ele, sua candidatura se baseará na defesa dos valores associados ao presidente Jair Bolsonaro: "Deus, Pátria, Família e Liberdade".
Léo afirma que está estudando o plano de governo de Márcio Pacheco para compreender melhor as estratégias e diretrizes propostas, e que, a partir desse estudo, traçará sua própria linha de ação para a pré-candidatura. Ele também planeja estabelecer contatos com lideranças em cada bairro. "A função principal do vereador é fiscalizar e, com o apoio do prefeito, trabalhar em projetos que beneficiem a população".
Como novo residente de Cascavel, Léo reconhece que não basta elaborar um plano de ação sem uma compreensão profunda dos problemas locais. Em seus oito meses na cidade, ele tem se dedicado a entender os verdadeiros desafios enfrentados pela comunidade, buscando soluções eficazes e não superficiais. Para isso, tem conversado com moradores antigos e experientes, embora escolha não revelar seus nomes nesta entrevista para respeitar a privacidade dessas pessoas.
Recentemente, Léo participou de uma sessão na Câmara de Vereadores para se familiarizar com as questões em discussão, como a falta de leitos médicos abordada pelo vereador Policial Madril, e a vacinação de crianças pequenas. Ele também conversou com o vereador Serginho Ribeiro sobre questões relacionadas aos direitos dos animais.