Ponto 14

Prefeitura de Jandaia do Sul pediu redução de velocidade de trens em trecho de acidente entre ônibus da Apae há 10 meses

Por Giuliano Saito


Em ofício, prefeitura pediu melhorias na sinalização do local. Empresa responsável pela linha férrea afirma que "controla velocidade dos trens". Duas meninas morrem em acidente entre trem e ônibus escolar da Apae em Jandaia do Sul A Prefeitura de Jandaia do Sul, norte do Paraná, cobrou no ano passado que a Rumo Malha Sul, concessionária da linha férrea onde aconteceu a batida entre um trem e um ônibus escolar da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), atuasse na "redução da velocidade dos trens durante a travessia nas referidas passagens". O acidente terminou na morte de duas adolescentes, Kimberly Caroline Ribeiro Pimenta, 15 anos, e a prima dela, Maria Vitória Gomes Ferreira, 11, que eram estudantes da Apae. Outras 27 pessoas ficaram feridas. O ofício foi encaminhado à empresa em 19 de maio. O documento solicita ainda esforços "no sentido de aperfeiçoar a sinalização vertical e horizontal nas passagens de nível do município". O prefeito de Jandaia do Sul, Lauro de Souza Silva Junior (União Brasil), explicou que esta não é a primeira cobrança para melhorias no local. Vídeo mostra atendimento as vítimas após batida entre trem e ônibus escolar da Apae no Paraná; duas meninas morreram "Em um dos acessos ao município, por exemplo, eles (Rumo) colocaram um mecanismo de segurança, o que evitou acidentes. Porém, em outros lugares, como esse que ocorreu o acidente, não existe a mesma proteção aos motoristas". Para Silva Junior, o ideal seria a instalação de cancelas. Ônibus escolar que transportava alunos da Apae em Jandaia do Sul (PR) Reprodução/Blog do Berimbau "Entendemos que é a melhor alternativa porque para o trânsito. Isso traria maior segurança. Enquanto isso, pedimos à Rumo que os trens transitassem em uma velocidade menor. Estamos fazendo o possível, sinalizando em placas e no chão". O que diz a concessionária Em nota, a Rumo disse que respondeu o ofício da prefeitura, esclarecendo que, "conforme o art. 21 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), as manutenções nos cruzamentos rodoferroviários e a sinalização para motoristas e pedestres compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos municípios e dos estados." Segundo a concessionária, "a velocidade dos trens é monitorada remotamente. A linha férrea é sempre preferencial, por isso, a Companhia também orienta a comunidade para que todas as partes envolvidas se mobilizem por um trânsito mais seguro. E de acordo com o artigo 10, parágrafo 1, do Decreto 1832, a responsabilidade por prover e manter a solução de interferência em ferrovias é do município." Investigação A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o acidente. O motorista do ônibus, que tem 43 anos e desde agosto dirigia para a Apae, alegou que "não viu e nem ouviu o trem se aproximando". Segundo a polícia, ele conduzia o veículo com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida. De acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.) do caso, o documento expirou em janeiro. Pai encontra filha morta caída no chão após acidente entre trem e ônibus: 'Meu coração está arrebentado. Era a minha vida' Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o acidente Leia também: Processo: Novo juiz da Lava Jato determina que Eduardo Cunha entregue 6 carros confiscados na operação Emocionante: Empresária que morreu de câncer conforta própria família com carta póstuma: ‘Minha hora chegou e tá tudo bem’ Protesto: Ex-funcionários do lado paraguaio de Itaipu Binacional bloqueiam Ponte da Amizade Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.