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Polícia Civil conclui inquérito contra padre acusado de crimes sexuais em Cascavel

Delegada do Nucria afirma que foram identificadas 10 vítimas, uma delas com apenas 12 anos na época dos abusos

Por Eliane Alexandrino

Polícia Civil conclui inquérito contra padre acusado de crimes sexuais em Cascavel Créditos: Polícia Civil

Eliane Alexandrino/ Cascavel

A Polícia Civil do Paraná, por meio do Núcleo de Proteção à Criança e  Adolescentes Vítimas de Crimes (Nucria) de Cascavel, concluiu nesta segunda-feira (29) o inquérito que apura crimes contra a dignidade sexual atribuídos ao padre Genivaldo de Oliveira dos Santos, de 41 anos.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Thaís Zanatta, as investigações identificaram 10 vítimas, incluindo uma adolescente de 12 anos na época dos abusos.
“Esses crimes ocorreram desde 2009 até os dias atuais, o último deles ocorreu há 2 meses”, afirma a delegada. 
O religioso foi indiciado por tráfico de drogas, curandeirismo, assédio sexual, importunação sexual, violação sexual mediante fraude  e estupro de vulnerável. A Polícia Civil também reconheceu circunstâncias agravantes previstas no Código Penal, além da continuidade delitiva e concurso material, já que os crimes ocorreram em diferentes momentos e contra diversas vítimas.

O somatório das penas previstas ultrapassa 150 anos de reclusão. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário para as medidas cabíveis na esfera penal.
Genivaldo dos Santos está preso desde agosto, quando foi alvo da operação “Lobo em Pele de Cordeiro”, deflagrado pelo Nucria. No dia 17 de setembro, ele foi transferido da cadeia pública de Cascavel para o CMP (Complexo Médico Penal), em Curitiba.

Segundo a Polícia Civil, a prisão foi decretada na época porque o padre estaria tentando coagir testemunhas e possíveis vítimas. Durante o depoimento, ele optou por permanecer em silêncio.

Histórico das denúncias
As primeiras suspeitas contra o religioso surgiram em 2009, quando ele ainda era seminarista. De acordo com o inquérito, o padre apresentava um “padrão de comportamento predatório”, aproximando-se de jovens em situação de vulnerabilidade. Muitas vítimas relataram que eram aliciadas com dinheiro, presentes, viagens e convites para pernoitar na residência do sacerdote.As investigações também apontaram irregularidades na gestão financeira da paróquia onde atuava até 2024, além da oferta irregular de “terapias complementares” em consultório particular.

Afastamento pela Igreja
A Diocese de Cascavel afastou o padre de suas funções no dia 14 de agosto. Posteriormente, a Arquidiocese determinou a suspensão cautelar do exercício público do ministério, seguindo normas da Igreja.
Em nota, a  afirma que o o processo canônico encontra-se em sua fase final. Nesta semana, o Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Cascavel concluirá a oitiva das últimas testemunhas.

Encerrada esta etapa, o processo seguirá para análise do instrutor e, posteriormente, do ordinário. Concluídas essas avaliações, a documentação será encaminhada ao Dicastério para a Doutrina da Fé, no Vaticano.

Foto: Polícia Civil

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