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Paraná tem um dos maiores índices de segurança alimentar do Brasil, aponta IBGE

Índice está acima da média nacional, que ficou em 75,8% dos lares nessa situação

Por Da Redação

Paraná tem um dos maiores índices de segurança alimentar do Brasil, aponta IBGE Créditos: Geraldo Bubniak/AEN

O Paraná aparece entre os estados com melhores condições de acesso à alimentação no Brasil, conforme a nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que 84,7% dos domicílios paranaenses estavam em situação de segurança alimentar no fim de 2024, proporção superior à registrada no ano anterior (82,1%) e também à média nacional, que ficou em 75,8%.

Na prática, isso significa que 107 mil pessoas deixaram a situação de insegurança alimentar em apenas um ano. O número de moradias com acesso adequado a alimentos chegou a 3,71 milhões no Estado, um aumento de 153 mil em relação a 2023. A queda de 2,6 pontos percentuais no índice de insegurança reflete uma melhora gradual nas condições de vida das famílias paranaenses.

Segundo o IBGE, 15,3% dos lares ainda enfrentam algum grau de dificuldade para garantir alimentação adequada. Entre esses, 11% estão em nível leve (com preocupação ou redução da qualidade da comida), 2,3% em nível moderado (com redução na quantidade entre adultos) e 1,9% em nível grave (com restrição também para crianças e adolescentes).

Em números absolutos, cerca de 9,9 milhões de paranaenses vivem em domicílios com segurança alimentar plena, enquanto aproximadamente 1,9 milhão permanecem sob algum nível de restrição. O cenário coloca o Estado entre os que apresentam melhor desempenho do País, em contraste com a realidade observada em regiões como Norte e Nordeste, onde o problema ainda é mais severo.

Estados como Pará (44,6%), Roraima (43,6%) e Amazonas (38,9%) lideram as taxas de insegurança alimentar no País. Já as situações mais críticas, com restrição grave, foram registradas no Amapá (9,3%), Amazonas (7,2%) e Pará (7%).

Entre as iniciativas de destaque está o Banco de Alimentos Comida Boa, mantido pela Ceasa-PR, que coleta e redistribui frutas, verduras e legumes em boas condições de consumo a famílias e entidades sociais. O Programa Mais Merenda, implementado na rede estadual de ensino, garante até três refeições diárias aos alunos, enquanto o Cartão Comida Boa oferece crédito mensal a famílias em vulnerabilidade para a compra de alimentos.

Há ainda o Compra Direta Paraná, que abastece instituições assistenciais e incentiva a produção local por meio da aquisição de alimentos de pequenos produtores. As medidas integram um conjunto de estratégias que, segundo o governo estadual, ajudam a fortalecer a segurança alimentar e a movimentar a economia rural.

Em dezembro do ano passado, foi apresentado o IV Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (2024–2027), documento que define diretrizes para as políticas públicas de alimentação no Paraná. O plano estabelece metas como o estímulo à agricultura sustentável, o combate ao desperdício de alimentos e a valorização dos hábitos alimentares regionais.

“O objetivo é garantir que todas as famílias tenham acesso contínuo a alimentos de qualidade, respeitando a cultura alimentar e promovendo o desenvolvimento sustentável”, destaca um trecho do documento.

Como o IBGE define segurança alimentar

De acordo com a metodologia da PNAD Contínua, considera-se em segurança alimentar o domicílio em que todas as pessoas têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade adequadas, sem que isso comprometa outras necessidades essenciais.

A insegurança alimentar leve ocorre quando há preocupação com a falta de comida ou redução da qualidade das refeições. A moderada indica redução na quantidade de alimentos entre adultos, e a grave representa a privação alimentar também entre crianças e adolescentes — ou seja, quando a fome já é uma realidade dentro de casa.

Os dados foram coletados entre o fim de 2023 e o início de 2024 e refletem as condições de vida das famílias nos três meses anteriores à pesquisa. Essa metodologia permite identificar as mudanças recentes nas condições de acesso a alimentos e é uma das principais fontes de diagnóstico sobre a fome no Brasil.

Comparativo nacional e histórico da pesquisa

A PNAD Contínua acompanha, desde os anos 1970, indicadores sobre renda, trabalho e condições sociais no País. O suplemento sobre segurança alimentar é realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e se tornou uma das referências nacionais sobre o tema.

No levantamento de 2024, o Brasil apresentou leve melhora em relação ao ano anterior, mas ainda possui 24,2% dos domicílios em algum grau de insegurança alimentar, o que representa milhões de pessoas convivendo com restrições na mesa.

 

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