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Orquestra Sinfônica de Cascavel celebra seus 21 anos com concerto gratuito

A apresentação, que acontece no dia 15 de setembro, a partir das 20 horas, no Teatro Municipal Sefrin Filho, terá como temática “danças”.

Orquestra Sinfônica de Cascavel celebra seus 21 anos com concerto gratuito Créditos: Reprodução redes sociais

 

A Orquestra Sinfônica de Cascavel (OSC) está em clima de festa. O grupo, que há mais de duas décadas vem inserindo a música clássica na vida dos cascavelenses, se prepara para celebrar seus 21 anos de história.

Composta por um coletivo de 35 músicos que, juntos, produzem espetáculos emocionantes, a orquestra também nasceu através do poder de uma boa parceria, que começou por meio do contato entre a maestrina responsável pela OSC, Giordana Lube, e o músico trompista Orlando Gomes: “Por volta de fevereiro de 2003, o Orlando, que tocava comigo na banda do Colégio Santa Maria, me propôs criarmos uma orquestra na cidade, regida por mim. Eu me assustei, porque mesmo tendo experiência com sopros, o meu contato com cordas era zero, mas aceitei o desafio”, relembra a maestrina.

Assim, Giordana passou a reger um pequeno grupo de músicos, no espaço da oficina da qual Orlando era proprietário na época. Apesar do local improvisado, a oficina proporcionou um ambiente para que os alunos pudessem aprender, e rendeu ainda um nome ao grupo, que passou a ser chamado de Orquestra Filarmônica Oficina: “No começo éramos em cerca de 10 pessoas, nós afastamos as máquinas da oficina para podermos ensaiar, a esposa dele nos dava o suporte com lanches, mas tudo muito improvisado”, continua. 

Este foi só o primeiro marco da Orquestra Sinfônica de Cascavel, a maestrina comenta que os demais passos ajudaram a consolidar a OSC como referência quando o assunto é música clássica no município: “Eu falo que temos alguns grandes marcos na orquestra, o primeiro foi em 2003, com o surgimento. Em 2008, nosso segundo marco foi quando o Júlio César Fernandes, então secretário de Cultura do município, ficou sabendo do nosso grupo e nos convidou para começarmos a ensaiar no Centro Cultural Gilberto Mayer, para que tivéssemos um espaço mais adequado para os ensaios”, relembra. 

Assim, o grupo, que nasceu com cerca de 10 pessoas, dobrou de tamanho e foi acompanhado por outras mudanças, como o nome, que passou de Orquestra Filarmônica Oficina, para Orquestra Sinfônica de Cascavel, já que os ensaios já não aconteciam mais no espaço improvisado da oficina. 

Ao Caderno Mais, a maestrina conta que um outro marco na história da OSC aconteceu em 2015, quando o grupo ganhou um espaço próprio no Teatro Municipal Sefrin Filho e pôde expandir sua formação, que ultrapassou as 60 pessoas envolvidas. 

O quarto pilar de consolidação da história da OSC, foi o rompimento da parceria da Orquestra com a Prefeitura Municipal de Cascavel, e formando uma parceria junto à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste): “Essa mudança nos auxiliou a levar a orquestra a dialogar mais com o estado, e não apenas com o município de Cascavel”, complementa. 

A maestrina conta que, ao longo desta trajetória de consolidação da Orquestra em Cascavel, o olhar do público local com a música clássica também veio amadurecendo, mesmo que a passos lentos: “A mudança é imensa, no começo, grande parte dos nossos espectadores eram amigos e familiares dos membros da orquestra, e era muito difícil lotarmos o Centro Cultural Gilberto Mayer, tivemos poucas exceções, como no ano que fizemos um especial ‘Beatles in Concert’, em que precisamos fazer sessões extras pela lotação, mas a nossa surpresa mesmo veio na inauguração do Teatro Municipal Sefrin Filho, quando tocamos sete noites, e em todas elas tivemos lotação máxima”, explica. 

A maestrina acrescenta que a inauguração do Teatro Municipal foi uma grande ferramenta para auxiliar na aceitação do público junto à Orquestra. Além do espaço, a escolha de temas diversos para contextualizar diferentes espetáculos também vem sendo um grande chamariz para que o público se sinta mais próximo da OSC, como exemplo, pode-se citar os espetáculos temáticos de rock n´roll, circo, cultura brasileira, entre outros temas que já foram mesclados ao gênero clássico. Essa abordagem é uma forma de democratizar ainda mais o acesso à música erudita, sempre vista como algo voltado para classes específicas da sociedade: “Eu sempre acreditei que esta música erudita é para todos, mas ela precisa ser tocada de uma forma dosada, em conta gotas, para que o público não se afaste, e é o que fazemos com os temas também. Esse processo de democratização acontece também com os nossos próprios músicos, quanto à música clássica e à música popular brasileira, então é um trabalho bilateral”, esclarece.

 

Espetáculo 

E é para celebrar esta história de crescimento, consolidação e inclusão, que a OSC organiza seu tradicional concerto de aniversário. A programação para celebrar os 21 anos da Orquestra acontece no dia 15 de setembro, a partir das 20 horas, no Teatro Municipal Sefrin Filho. 

Neste ano, a temática escolhida para o espetáculo deve dialogar com um outro formato de arte, para isso, o tema selecionado será: “danças”. A maestrina esclarece como se dará a escolha do repertório dançante: “Neste ano, fizemos um desafio para os nossos músicos, que é tocarmos uma suíte nordestina. Para contextualizar melhor, uma suíte é uma união de várias danças diferentes. Neste concerto teremos três suítes, uma só com músicas nordestinas, com frevo, baião, maracatu, com canções do maestro pernambucano Duda; e uma suíte Renascentista com canções do compositor Tielman Susato, do período Barroco, uma do compositor inglês Gustav Holst também Barroco, além de duas valsas. Passamos também pelos corais com canções brasileiras, como uma do Luiz Gonzaga ”, explica. 

Além dos membros da Orquestra, o espetáculo contará com a presença de alguns convidados especiais, os corais: Grupo Vocal Canticum e Coral Encanta Cascavel marcam presença para soltar a voz em algumas das canções: “Nós sempre trazemos convidados, e neste ano demos essa oportunidade de trazermos essa vivência para que os membros dos corais possam se apresentar junto a uma orquestra, que é uma experiência que muitos coralistas idealizam”, continua. 

A maestrina da Orquestra Sinfônica de Cascavel aproveitou a entrevista com o Caderno Mais para convocar os leitores para prestigiarem o espetáculo: “Quero convidar a todos para que venham comemorar estes 21 anos conosco, que é um marco de longevidade para nós. Existir uma orquestra voluntária tão longeva é motivo de muito orgulho para nós, e queremos compartilhar isso com o público”, finaliza. 

Para aqueles que não querem perder a oportunidade de conferir o espetáculo em celebração aos 21 anos da Orquestra Sinfônica, o grupo reforça o compromisso citado pela maestrina, de democratizar e tornar a música clássica cada vez mais acessível ao público, e oferece o espetáculo completamente gratuito. Apesar da gratuidade, a entrada está sujeita à lotação do espaço. 

Reiterando o recado, a Orquestra Sinfônica de Cascavel comemora seus 21 anos de formação com o espetáculo celebrativo, que neste ano, contará com a temática “danças”. A apresentação, que é gratuita, será realizada no dia 15 de setembro, a partir das 20 horas, no Teatro Municipal Sefrin Filho.

Para ficar por dentro da programação de apresentações da Orquestra Sinfônica de Cascavel, basta seguir o perfil: @orquestrasinfonicadecascavel, nas redes sociais. 

 

Data 

15/09 

Espetáculo de aniversário acontece no dia 15 de setembro

 

Número 

21 

OSC celebra seus 21 anos em 2024

 

Trecho 

“Eu sempre acreditei que esta música erudita é para todos, mas ela precisa ser tocada de uma forma dosada, em conta gotas, para que o público não se afaste, e é o que fazemos com os temas também. Esse processo de democratização acontece também com os nossos próprios músicos, quanto à música clássica e à música popular brasileira, então é um trabalho bilateral”

-Giordana Lube 

Maestrina 

 

Créditos: Celso Dias 

 

Créditos: Mariana Moreira