Ponto 14

Número de pessoas com Carteira de Identificação do Autista no Paraná cresce cerca de 50% em um ano, diz governo; veja como obter

Por Giuliano Saito


Documento é integrado ao RG e pode ser emitido de graça. Informações do portador ajudam na elaboração de políticas públicas e ações às pessoas com TEA, explica secretaria. Paraná tem mais de 3,4 mil moradores com a Carteira do Autista Divulgação Prefeitura do Guarujá O Paraná tem mais de 9 mil moradores com a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Família. O número representa alta de cerca de 50% em relação a abril de 2022, há um ano, quando cerca de 6 mil pessoas tinham o documento, de acordo com a pasta. A carteirinha é gratuita e pode ser solicitada pela internet. Veja, abaixo, o passo a passo para solicitar a carteira. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram De acordo com o governo estadual, o diferencial do documento é que ele é integrado com o RG do portador, relacionando os dados com o Instituto de Identificação e possibilitando a assinatura digital do requerente pelo sistema. A Carteira do Autista ainda colabora com ações interdisciplinares das demais secretarias do Paraná. Na área da Saúde, por exemplo, utiliza as informações para a elaboração de políticas públicas e planejamento de ações específicas voltadas às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Conforme o governo do Paraná, com o documento, esses moradores passam a ter prioridade no atendimento em serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social. No caso dos serviços particulares, a prioridade inclui supermercados, bancos, farmácias, bares, restaurantes e lojas em geral. Leia também: Ratinho Junior anuncia 5,6 mil policiais para reforçar segurança na rede estadual de educação: 'O lugar mais seguro ainda é a escola' Caminhoneiro ganha R$ 1 milhão em sorteio no Paraná: 'Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida' Como solicitar a carteira Primeiro acesso: Você deverá fazer um cadastro Acesse o link: "Ainda não sou cadastrado" Depois, informe seus dados pessoais (nome e CPF), Informe o número do telefone celular e siga o passo a passo apresentado no site. Em caso de dúvida, acesse o manual com orientações sobre o cadastro na Central de Segurança. Emissão do documento: Informe seu CPF e a senha cadastrada anteriormente para acessar o sistema. Depois, siga o passo a passo: Informe os dados do portador da Carteira do Autista e do responsável Preencha todos os campos do formulário Escolha se quer que a fotografia na Carteira do Autista seja a mesma do RG ou se prefere anexar outra foto 3x4 Anexe laudo médico que comprove o espectro autista Anexe exame que comprove o tipo sanguíneo Concorde com o Termo de Aceite O documento poderá ser emitido pelo cidadão ou pelo responsável. Após análise e aprovação do cadastro, o usuário receberá mensagem por e-mail ou SMS para imprimir a Carteira do Autista As informações coletadas serão empregadas na criação de um banco de dados que servirá para aprimorar os serviços já oferecidos. Prazo A análise é feita em até 30 dias úteis. TEAs Os Transtornos do Espectro Autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta, segundo os especialistas. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros cinco anos de vida. As pessoas afetadas pelos TEAs frequentemente têm comorbidades, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Conforme os especialistas, o nível intelectual varia muito de um caso para outro - de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas. Embora algumas pessoas com TEAs possam viver de forma independente, existem outras com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo da vida. Esforço da camuflagem social feita por autistas está relacionado a maiores índices de depressão, ansiedade e exaustão Getty Images via BBC As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e de comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida de pessoas com TEAs e seus cuidadores. Essas medidas voltadas para pessoas com TEAs devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos e sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores. Sintomas De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em três grupos: Ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental; O paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão; Domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal. O autismo é um transtorno crônico, mas que conta com tratamento que deve ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicado por equipe multidisciplinar. Conforme os especialistas, o tratamento envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. É altamente recomendado que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com autismo é igual à outra. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 PR Mais notícias do estado em g1 Paraná.