Morte do Papa Francisco abre sucessão pelo novo líder da Igreja Católica: veja os favoritos ao papado
Cardeais de diferentes continentes ganham destaque nas apostas
Por Gazeta do Paraná

Com a morte do Papa Francisco, confirmada na madrugada desta segunda-feira (21/4), o Vaticano e o mundo católico entraram em um período de luto e expectativa. Além da comoção mundial, cresce o interesse sobre quem será o próximo líder da Igreja Católica. O processo de sucessão já se encaminha para um novo conclave — encontro secreto em que os cardeais com menos de 80 anos elegem o novo pontífice.
De acordo com o direito canônico, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Os cardeais eleitores — atualmente 132, sendo 7 brasileiros — serão isolados na Capela Sistina, no Vaticano, até que um deles alcance ao menos dois terços dos votos, o que pode exigir várias rodadas de votação. O termo “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “com chave”, em referência ao isolamento dos participantes durante o processo.
Francisco, que assumiu o trono de Pedro em março de 2013 após a renúncia de Bento XVI, marcou profundamente a Igreja com sua ênfase em justiça social, meio ambiente e reforma interna. Sua influência, no entanto, vai além de suas decisões como papa — cerca de 80% dos cardeais que irão eleger seu sucessor foram nomeados por ele, o que pode favorecer a continuidade de sua visão para a Igreja.
Quem são os favoritos?
Entre os principais nomes cotados para suceder Francisco, destaca-se o italiano Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Próximo do estilo pastoral de Francisco, Zuppi tem ganhado destaque como enviado papal em missões de paz e é visto como um nome de conciliação entre diferentes alas da Igreja.
Outro forte candidato é o filipino Luis Antonio Tagle, atualmente prefeito do Dicastério para a Evangelização. Carismático, popular e alinhado às reformas do papa Francisco, Tagle representa uma possível guinada da Igreja rumo ao fortalecimento da presença católica na Ásia, região com crescente número de fiéis.
O cardeal ganês Peter Turkson, conhecido por seu trabalho na Cúria Romana e seu posicionamento firme em defesa da justiça social, também figura entre os favoritos. Caso eleito, ele se tornaria o primeiro papa negro da história — um marco significativo para uma Igreja cada vez mais global.
Já o húngaro Péter Erdő, arcebispo de Esztergom-Budapeste, é um nome que agrada a setores mais conservadores e é conhecido por seu perfil acadêmico e sua atuação no Conselho para a Economia da Santa Sé.
E os brasileiros?
Apesar de um cenário considerado menos favorável, o Brasil, país com o maior número de católicos do mundo, terá participação relevante no conclave. Com sete eleitores — entre eles dom Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre), dom Leonardo Steiner (arcebispo de Manaus) e dom Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília) — há nomes que, embora menos cotados, são mencionados em discussões internas como possíveis opções para a liderança da Igreja.
O fato de muitos desses cardeais terem sido nomeados por Francisco pode pesar a seu favor, caso os eleitores busquem continuidade na linha pastoral do papa argentino, o primeiro latino-americano a liderar a Igreja.
O que vem a seguir?
Nos próximos dias, o Vaticano deve anunciar a data oficial de início do conclave. Enquanto isso, os cardeais começam a chegar a Roma para participar de reuniões preliminares — as chamadas congregações gerais — nas quais debatem os desafios atuais da Igreja e os perfis ideais para o próximo pontífice.
O mundo assiste agora a um dos processos mais enigmáticos e simbólicos da Igreja Católica. Seja qual for a escolha, ela definirá os rumos da fé de mais de 1,3 bilhão de fiéis nos próximos anos.
Com informações do Metrópoles