Menopausa: Capital pode ganhar campanha de conscientização
Projeto de lei prevê ações anuais no mês de outubro para informar a população e combater o estigma sobre o climatério, fase de transição para a menopausa.

Com o objetivo de ampliar o debate e combater a desinformação sobre a saúde da mulher, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) analisa o projeto que cria a Campanha Municipal de Conscientização sobre o Climatério e a Menopausa, de autoria da vereadora Rafaela Lupion (PSD). A proposta determina que a campanha seja realizada anualmente, preferencialmente no mês de outubro, em alusão ao Dia Mundial da Menopausa, celebrado em 18 de outubro.
O climatério é o período de transição biológica que antecede a menopausa, caracterizado por alterações hormonais que podem impactar a saúde física e emocional das mulheres. Já a menopausa corresponde à última menstruação e costuma ocorrer entre os 45 e 55 anos de idade. Segundo a justificativa do projeto, o intuito da criação da campanha em Curitiba é "reduzir o estigma sobre o climatério, incentivando o diálogo aberto na sociedade".
Conforme o projeto, muitas mulheres enfrentam sintomas como depressão, irritabilidade, suores noturnos, distúrbios menstruais, perda de libido, alterações na pele e nos ossos, além de riscos cardiovasculares. "Essa fase requer atenção, pois é possível que se manifestem sintomas físicos e psíquicos muitas vezes negligenciados", afirma Rafaela Lupion na justificativa.
Projeto reforça políticas públicas de saúde da mulher
A campanha municipal deverá envolver ações educativas, palestras, distribuição de materiais informativos e iniciativas preventivas voltadas à saúde da mulher. A proposta determina a participação das secretarias municipais de Saúde, de Educação, da Mulher e Igualdade Racial, de Desenvolvimento Humano e da Fundação de Ação Social (FAS), que poderão estabelecer parcerias com a sociedade civil, universidades, conselhos municipais e órgãos estaduais e federais.
Na justificativa, a vereadora Rafaela Lupion argumenta que a proposta fortalece as diretrizes constitucionais e complementa políticas nacionais já existentes. "O projeto alinha-se à Constituição Federal, já que o seu artigo 196 garante a saúde como um direito universal", explica a parlamentar. Ela também destaca a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), que tem como objetivo "implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério, ampliando o acesso e qualificando o atendimento na rede SUS".
Para a vereadora, Curitiba pode avançar nesse tema ao garantir mais informação e serviços específicos para as mulheres em fase de climatério. "Justifica-se, portanto, pela urgência em fortalecer tão relevante tema e garantir mais dignidade às mulheres curitibanas", conclui Rafaela Lupion. A proposta foi registrada no dia 23 de abril e já passou pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça. Se obtiver o aval da Saúde, o projeto estará apto à votação em plenário (005.00355.2025 com 031.00046.2025).
Foto e texto: Assessoria
