Magnitsky: Bancos derretem e impacto já atinge dólar e juros, diz Maciel, da AZ Quest

Instabilidade política e pressões internacionais ampliam volatilidade no Brasil, avalia CEO da AZ Quest

Por Gazeta do Paraná

Magnitsky: Bancos derretem e impacto já atinge dólar e juros, diz Maciel, da AZ Quest Créditos: Marcello Casal Jr

O mercado financeiro brasileiro tem reagido com forte instabilidade às decisões do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a aplicação da Lei Magnitsky. O movimento reflete uma combinação de insegurança institucional, pressões externas e receios em torno do ambiente político nacional.

Walter Maciel, CEO da gestora AZ Quest, afirma que os efeitos já são visíveis, principalmente no setor financeiro e nos ativos em dólar. “Estamos vendo o mercado derretendo, principalmente o setor financeiro, mas o impacto já se espalha para o dólar e os juros futuros”, disse em entrevista ao podcast Stock Pickers, apresentado por Lucas Collazo.

Para o executivo, a insegurança institucional deixa cicatrizes de longo prazo. “Amanhã, você pode estar cicatrizado, mas a cicatriz fica. O medo persiste, e o mercado fica mais desconfortável, justamente quando o dólar se desvaloriza frente a outras moedas”, afirmou.

Maciel lembrou ainda que o governo teria orientado ministros a abrirem contas em cooperativas de crédito, movimento que enfrenta resistência dos bancos tradicionais e pode resultar em sanções.

“Irrelevância internacional” deixou de ser escudo

Segundo o gestor, até pouco tempo o Brasil se beneficiava da sua “irrelevância internacional”, já que não era considerado uma ameaça geopolítica. Esse fator, segundo ele, ajudava na valorização da Bolsa e na recuperação do real.

“O Brasil era para estar muito melhor. Temos um pé no acelerador fiscal e outro no freio da política monetária, mas os ativos não estão precificados de acordo”, avaliou.

Papel estratégico global

Além do cenário interno, Maciel destacou o peso da geopolítica global. Para ele, o Brasil ocupa posição estratégica na oferta de alimentos, energia limpa e água, recursos cada vez mais escassos.

“Não temos capacidade de moldar a geopolítica global, mas somos estratégicos em recursos escassos e precisamos nos posicionar como amigos de todos os países”, disse.

O CEO também criticou recentes discussões sobre a criação de moedas alternativas no bloco dos BRICS e defendeu cautela em negociações internacionais. Ele ressaltou ainda a importância das tratativas com os Estados Unidos, lembrando que decisões estratégicas, mesmo com falhas de comunicação, podem evitar efeitos negativos no futuro

Com informações do site InfoMoney

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