Justiça afasta vereadores de Toledo por corrupção; veja os nomes

Dois vereadores de Toledo, no Oeste do Paraná, foram afastados do cargo por decisão do Judiciário, após pedido do Ministério Público do Paraná. Eles são investigados por corrupção passiva, acusados de solicitar propina a uma empresa do ramo de energia renovável. A decisão foi expedida pela 1ª Vara Criminal de Toledo no dia 2 de agosto, a partir de solicitação da 4ª Promotoria de Justiça da cidade, que também apresentou denúncia criminal contra os parlamentares.

Os vereadores afastados são Edimilson Dias Barbosa, conhecido como Dudu Barbosa (MDB), e Valdomiro Nunes Ferreira, conhecido como Valdomiro Bozó (PL).

Segundo o Ministério Público, as investigações indicam que, em 31 de outubro de 2024, os dois teriam pedido R$ 300 mil à empresa, que buscava autorização da administração municipal para construir uma Central de Geração Hidrelétrica (CGH) no Rio São Francisco, na região da Estrada da Usina. A proposta legislativa envolvida no caso tratava da regularização de servidão administrativa, necessária para a passagem de tubulações da usina.

A promotora de Justiça Ana Claudia Luvizotto Bergo afirma que a conduta dos parlamentares revela uma prática abusiva e recorrente de uso do cargo para interesses pessoais. “Essa situação alimenta a crise de representação, porque evidencia uma corrupção sistêmica e acarreta evidente prejuízo na confiança que deve existir entre a população e o poder público”, declarou. Segundo ela, o afastamento tem como objetivo preservar o processo legislativo e proteger os direitos da coletividade.

A decisão judicial determina o afastamento dos cargos pelo prazo inicial de 180 dias. A denúncia já foi recebida pela Justiça e tramita na 1ª Vara Criminal de Toledo.

Nota da Câmara

A Câmara de Vereadores de Toledo se manifestou na manhã de terça-feira (05). Em nota enviada à Gazeta do Paraná, a Casa informou que já tomou todas as providências legais e regimentais necessárias para cumprir a decisão judicial.

“A Presidência da Casa tomou as providências legais e regimentais necessárias para o cumprimento da decisão, com total respeito às determinações judiciais que tramitam em segredo de justiça”, diz a nota. O Legislativo também reforçou seu “compromisso com a transparência, a legalidade, o devido processo legal e o interesse público”, além de manter-se à disposição para os devidos esclarecimentos.

A investigação corre em segredo de Justiça, mas a decisão de afastamento já está em vigor

A reportagem da Gazeta do Paraná entrou em contato com os vereadores afastados e aguarda manifestação