Ponto 14

Justiça Federal manda soltar 'Sheik dos Bitcoins'

Por Giuliano Saito


Francisley Valdevino da Silva é apontado pela Polícia Federal como líder de esquema que movimentou cerca de R$ 4 bilhões por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas. Francisley Valdevino da Silva, conhecido como 'Sheik dos Bitcoins' Reprodução/Jornal Hoje A Justiça Federal concedeu liberdade provisória a Francisley Valdevino da Silva, conhecido como 'Sheik dos Bitcoins'. Ele estava preso na Casa de Custódia em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde o início de novembro de 2022. Francisley é apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema que movimentou cerca de R$ 4 bilhões por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas. Ele foi alvo de uma operação da PF. O alvará de soltura define que o acusado está proibido de sair do país, deve entregar o passaporte à Justiça Federal, não pode se ausentar da cidade e, em caso de mudança de endereço, deve comunicar a Justiça. O investigado também não poderá se ausentar da própria residência por mais de oito dias sem comunicar previamente ao Juízo Federal o lugar onde poderá ser encontrado. Além disso, Francisley está proibido de frequentar as empresas que fazem parte do grupo econômico investigado, deve permanecer afastado de qualquer atividade profissional relacionada à atividade financeira de especulação e aluguel de criptoativos e de captação destes recursos e de qualquer outra moeda por meio das empresas por ele controladas. O acusado está proibido também de manter contato com os outros investigados no caso, nem com testemunhas e vítimas. "Consigne-se, por oportuno, que a proibição de sair do país e a suspensão das atividades financeiras desempenhadas por Francisley, bem como a vedação de contato com os demais investigados participantes do esquema criminoso observam o postulado da proporcionalidade, na espécie, bem como atende à finalidade precípua apresentada na representação policial, de dificultar a atuação de Francisley no comando das empresas que compõe a organização, bem como a sua saída do território nacional", afirma o documento. De acordo com o despacho, a prisão preventiva do investigado foi decretada "para garantia da ordem pública e em razão do descumprimento de medida alternativa inicialmente estipulada", entretanto, atualmente "não se vislumbra possíveis prejuízos da concessão de liberdade à ordem pública". O g1 aguarda retorno da defesa de Francisley. Anteriormente, investigado descumpriu medidas cautelares Francisley foi preso preventivamente no início de novembro de 2022. Conforme a polícia, ele teve a prisão decretada após descumprir medidas cautelares. Anteriormente, o empresário respondia em liberdade sob restrições, como a determinação de que ele não poderia continuar a administrar as empresas ou fazer gestão envolvendo interesses do grupo econômico dele. A PF informou que, dias depois da deflagração da operação, Francisley passou a realizar encontros frequentes na casa dele, em Curitiba, com funcionários das empresas investigadas. Entre esses funcionários estavam a gerente financeira do grupo e o responsável pelo design gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes. Ainda conforme a polícia, a realização dos encontros frequentes com este último funcionário "demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos". Anteriormente, a Polícia Federal havia pedido, por duas vezes, a prisão preventiva de Francisley. Os dois pedidos foram negados pela Justiça Federal. Na primeira vez, o juiz substituto Paulo Sergio Ribeiro explicou que Francisley não representava "risco à vida e integridade física de testemunhas" e que não ficou demonstrado pela polícia que "as atividades de captação de recursos de investidores ainda estavam ocorrendo". Na segunda decisão, o mesmo juiz afirmou que não havia “fatos novos e contemporâneos” que justificassem a prisão preventiva do investigado. LEIA MAIS: Polícia divulga 85 empresas do 'Sheik dos Bitcoins' suspeitas de golpes bilionários; veja nomes Vítima do 'Sheik dos Bitcoins', Sasha Meneghel perdeu cerca de R$ 1,2 milhão com fraudes envolvendo criptomoedas, diz PF STJ suspende leilão de avião de Wesley Safadão em processo movido por vítimas do Sheik dos Bitcoins Sheik dos Bitcoins GIF mostra itens apreendidos em operação contra o Sheik das Bitcoins Polícia Federal/Reprodução A Operação Poyais, da Polícia Federal, aponta que o suspeito e o grupo comandado por ele movimentaram cerca de R$ 4 bilhões no Brasil por meio de fraudes envolvendo pirâmide financeira com comercialização de criptomoedas, lavagem de ativos e crimes contra o sistema financeiro. A investigação começou em março de 2022, depois de um pedido de cooperação policial internacional, feito pela Interpol. No mesmo ano, endereços ligados a Francesley foram alvo da operação que apontou que o suspeito atuava não só no Brasil, mas em outros 11 países. Nos endereços, foram apreendidas barras de ouro, carros e relógios de luxo. Francisley se apresentava como gerenciador de uma empresa de aluguel de criptomoedas. Com as operações, ele prometia remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido. No entanto, segundo a investigação da polícia, não foram detectadas movimentações dos valores de entrada ou qualquer operação de trading, provando que ele não fazia investimentos em nome das vítimas. As investigações apontam que, na verdade, ele agia com um esquema de pirâmide. LEIA TAMBÉM: Babá tentou salvar vida dela e a de bebê em incêndio: 'Ligou o chuveiro, colocou a toalha e tentou se molhar', diz bombeiro Caminhoneiro que arrancou fios que causaram morte de motociclista é investigado por derrubar poste em outro ponto de Curitiba minutos antes; entenda Paraná é o terceiro estado do país com mais trechos perigosos em rodovias, segundo PRF VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.