Indicado ao Oscar, ‘Ainda Estou Aqui’ volta ao topo das bilheterias brasileiras
Apesar disso, o longa da Disney se manteve como a obra mais vista nos cinemas brasileiros – foram 225 mil pessoas contra 216 mil pessoas de Ainda Estou Aqui.
Por Gazeta do Paraná
O filme Ainda Estou Aqui voltou ao topo das bilheterias brasileiras após receber, na última quinta-feira, três indicações ao Oscar de 2025 – Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Entre os dias 23 e 26 deste mês, o longa de Walter Salles superou obras como Mufasa: O Rei Leão, Sonic 3 e O Auto da Compadecida 2, sendo o filme que mais arrecadou dinheiro no Brasil durante o período.
O filme arrecadou R$ 5,3 milhões de bilheteria durante o final de semana. Apesar disso, o longa da Disney se manteve como a obra mais vista nos cinemas brasileiros – foram 225 mil pessoas contra 216 mil pessoas de Ainda Estou Aqui. O levantamento é da Comscore, que reúne e divulga dados de bilheterias do mundo todo.
Essa é a décima segunda semana consecutiva que a história de Eunice Paiva está nos cinemas brasileiros. O longa, que estreou no dia 7 de novembro, se tornou um sucesso de público – são quase 4 milhões de espectadores – e de crítica. É a primeira vez na história que um filme brasileiro e totalmente falado em português é indicado à principal categoria do Oscar.
‘Ainda Estou Aqui’, adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, conta a história da família Paiva e de sua resistência contra a ditadura militar que assolou o País. Na década de 1970, o patriarca da família – Rubens Paiva – desapareceu após ser raptado pelos militares. A trama segue a batalha de Eunice, esposa de Rubens e mãe de Marcelo, na manutenção da sua vida, da sua família e da memória de seu marido.
21 mil comentários
Correspondente brasileiro do jornal francês "Le Monde", Bruno Meyerfeld analisou nesta segunda-feira (27) a onda de reações online causadas por uma crítica não elogiosa do filme "Ainda estou aqui", publicada pelo jornal.
No título de sua coluna "Carta de São Paulo", Meyerfeld diz que o filme "desperta paixões" no Brasil. Ele relata que o "Le Monde" ficou surpreso com a avalanche de "ataques" de internautas brasileiros em 15 de janeiro, quando o crítico de cinema Jacques Mandelbaum publicou um texto descrevendo um filme "hierático", protagonizado por uma atriz (Fernanda Torres) "bastante monótona".
"Ele se deu mal", observa Meyerfeld, principalmente diante do fato de Fernanda Torres ter conquistado o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, e agora concorrer ao Oscar de melhor atriz, enquanto o filme de Walter Salles disputa as estatuetas de melhor filme e filme internacional no Oscar.
Até então, o "Le Monde" nunca havia lidado com uma "invasão" semelhante, conta o correspondente. "Em dois dias, o jornal teve que apagar cerca de 21.600 comentários [de brasileiros] com conteúdo ofensivo, a maioria no Instagram, em comparação com 700 por dia em tempos normais", afirma Meyerfeld.
Créditos: Das Agências São Paulo