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Incêndios florestais se espalham por Cascavel e Paraná vive "temporada do fogo"

Bombeiros atendem mais de 1 mil ocorrências em julho e alertam para risco com tempo seco

Por Da Redação

Incêndios florestais se espalham por Cascavel e Paraná vive Créditos: IAT/Divulgação

Uma grande área de vegetação pegou fogo na tarde de terça-feira (22) em Cascavel e mobilizou três equipes do Corpo de Bombeiros por quase três horas. As chamas se espalharam rapidamente por conta da vegetação seca e pelo tempo abafado, causando transtornos a moradores de casas vizinhas e exigindo atenção redobrada dos socorristas. Segundo os bombeiros, o fogo começou em lotes baldios e se alastrou por áreas rurais próximas.

Além deste incêndio de grandes proporções, a corporação atendeu pelo menos outras dez ocorrências de fogo em vegetação só na terça-feira, em bairros como 14 de Novembro, Quebec, Guarujá, Brasmadeira e Universitário.

Não só em Cascavel, mas o cenário é preocupante em todo o Paraná. Nos primeiros 21 dias de julho, o estado já registrou 1.092 incêndios em vegetação, o equivalente a um novo foco a cada 28 minutos. Os dados são do Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM-CCB), que classifica os meses de julho a setembro como a “temporada do fogo” no estado.

Entre os dias 19 e 21 de julho, o Paraná registrou 200 incêndios em vegetação. A Grande Curitiba liderou com 39 ocorrências — 11 em Curitiba, oito em São José dos Pinhais e cinco em Colombo. Cascavel teve 16 registros, Guarapuava 14, Campo Mourão dez e Ponta Grossa nove.

Tempo seco aumenta risco ambiental e à saúde

As condições climáticas têm contribuído diretamente para o avanço das queimadas. Em Cascavel, a umidade relativa do ar chegou a 33% durante a tarde de terça-feira, índice considerado baixo e dentro da faixa de alerta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O ideal, segundo a entidade, é que os níveis se mantenham entre 40% e 70%. Quando o índice cai abaixo de 30%, os riscos à saúde humana e ao meio ambiente são classificados como críticos.

Queda nos números em relação a 2024

Apesar da intensidade dos casos neste mês, os dados de 2025 mostram uma redução significativa em relação ao ano anterior. Desde 1º de janeiro até 21 de julho, o Corpo de Bombeiros já atendeu **3.914 ocorrências de incêndio em vegetação no Paraná. No mesmo período de 2024, foram 6.584 registros, sendo uma queda de 40,6%.

Mesmo assim, o número atual ainda é elevado se comparado com a média dos últimos cinco anos. Apenas em 2024 e 2021 (com 5.016 ocorrências) houve menos registros no acumulado até julho. Contudo, ao longo de ambos os anos os totais ultrapassaram a média histórica: 13.553 registros em 2024 e 12.176 em 2021.

Para comparação, ao longo de todo o ano, o estado teve: 6.483 incêndios em vegetação em 2023; 4.659 registros em 2022

Terceiro trimestre concentra quase metade dos casos

A chamada “temporada do fogo”, que compreende os meses de julho, agosto e setembro, costuma concentrar quase metade dos incêndios ambientais do ano no Paraná. Em 2024, por exemplo, 46% das ocorrências (6.278 de um total de 13.553) aconteceram nesse período.

Em 2025, até o dia 21 de julho, os 1.092 registros já representam 27,9% do total do ano, reforçando a tendência de crescimento no terceiro trimestre.

De 2021 a 2024, o Corpo de Bombeiros registrou 36.871 incêndios em vegetação em todo o estado. Destes, 17.197 ocorreram entre julho e setembro, o equivalente a 46,6% dos casos.

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