O Instituto Água e Terra (IAT) enviou dois caminhões especializados em perfuração de poços artesianos para apoiar os trabalhos de reconstrução em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, devastada na sexta-feira (7) por um tornado que deixou seis mortos e mais de 700 feridos. Os veículos, entregues recentemente pelo Governo do Estado, estão sendo usados na remoção de entulhos e apoio às ações emergenciais na cidade, onde cerca de 90% das residências e comércios foram danificados.

O IAT, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), mobilizou ainda três caminhonetes, dez motosserras e 28 servidores de diferentes regionais. A equipe atua na avaliação de áreas para depósito de resíduos sólidos, especialmente provenientes da destruição de imóveis e estruturas públicas.

“É uma medida de socorro, de apoio ao município que tanto perdeu, porque quem mais sofre quando há injustiças climáticas são os mais necessitados”, afirmou o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, reforçou o compromisso do órgão com a recuperação do município. “Uma tragédia muito grande, que requer a mobilização de todos em prol da reconstrução da cidade. O IAT está à disposição para colaborar com o que for preciso.”

As ações integram o conjunto de medidas emergenciais adotadas pelo Governo do Paraná para reerguer Rio Bonito do Iguaçu. O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou nesta segunda-feira (10) a construção emergencial de 320 casas e a isenção da tarifa de água para os moradores.

Além disso, foi sancionada a lei que altera o Fundo Estadual de Calamidade Pública (Fecap), permitindo o repasse direto de recursos às famílias que tiveram suas casas destruídas. O benefício prevê até R$ 50 mil por família, com investimento inicial estimado em R$ 50 milhões.

A força-tarefa do Estado conta ainda com o apoio de presos que estão ajudando na reconstrução de escolas e da Apae do município, além do envio de maquinário, equipes de defesa civil e técnicos de diversas áreas.

Enquanto o Paraná tenta se recuperar, a tragédia de Rio Bonito do Iguaçu segue sendo lembrada como um alerta da força dos eventos climáticos extremos — tema que ganhou destaque na abertura da COP30, em Belém, quando o presidente da conferência citou o caso como símbolo da urgência de ações concretas contra as mudanças climáticas.