Homem fica com a pele azul após automedicação com prata coloidal

Paul Karason, um americano de pele clara, tornou-se conhecido mundialmente por um motivo inusitado: a transformação de sua pele para um tom azul-acinzentado permanente. O fenômeno foi causado por uma condição rara chamada argyria, decorrente do acúmulo de partículas microscópicas de prata no organismo. O caso, apesar de parecer uma curiosidade médica, serve como exemplo emblemático dos perigos da automedicação e do uso indiscriminado de terapias alternativas.

A mudança começou após Paul decidir consumir prata coloidal, uma solução caseira de partículas de prata suspensas em água, para tratar uma dermatite facial. Ele ingeria cerca de 300 mililitros da substância por dia, durante mais de uma década. A prata, ao se depositar nos tecidos do corpo, reage com a luz solar e altera a pigmentação da pele, olhos, unhas e gengivas, provocando coloração azulada permanente.

Karason só percebeu a transformação quando reencontrou um antigo amigo, que se espantou com sua aparência. A partir daí, a pele azul tornou-se seu estigma e, ao mesmo tempo, uma marca pública. O apelido “Papa Smurf” viralizou na internet, o que o incomodava quando usado por adultos, mas era aceito com leveza quando vinha de crianças.

Apesar de afirmar que a prata coloidal aliviava sintomas como azia crônica e artrite, Paul teve a vida profundamente impactada pela exposição e pelo preconceito. Ele viveu seus últimos anos em isolamento, saindo apenas para o essencial e dedicando-se a atividades solitárias, como leitura e televisão.

Paul Karason faleceu em 2013, aos 62 anos, após sofrer um ataque cardíaco, agravado por pneumonia e um AVC. A argyria não foi relacionada diretamente à causa da morte, mas seu caso continua sendo citado por especialistas e autoridades de saúde como alerta. No Brasil, a ANVISA proíbe o uso interno da prata coloidal, devido aos riscos comprovados.

*Com informações de MSN