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Gaeco mira policiais e empresários suspeitos de fraudar roubos de cargas no Paraná

Operação Mar Vermelho: Investigação apontou que policiais, empresários e motoristas teriam participado de um esquema para simular roubos de cargas e desviar mercadorias em três estados

Gaeco mira policiais e empresários suspeitos de fraudar roubos de cargas no Paraná Créditos: Divulgação/Gaeco

Gaeco de Londrina, do Ministério Público do Paraná (MPPR), desencadeou nesta terça-feira (18) a terceira fase da Operação Mar Vermelho, investigação que apura um esquema de desvio e roubo simulado de cargas, com participação de policiais militares, policiais civis, empresários, motoristas e um advogado.

A ação contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar de Londrina e da Polícia Civil de São Paulo.

Mandados em três estados

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e 18 medidas cautelares em 12 cidades de três estados:

  • Paraná: Londrina, Cambé, Ibiporã, Arapongas, Guarapuava, Matinhos e Curitiba

  • São Paulo: São Paulo e Mairiporã

  • Santa Catarina: Joinville, Itapoá e Caçador

As medidas foram expedidas pela Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná e pela Vara Criminal de Ibiporã.

Como funcionava o esquema, segundo o MP

A investigação mostra que o grupo simulava roubos de cargas para justificar o desvio de produtos que eram vendidos a receptadores. O núcleo policial, principal alvo desta fase, teria papel essencial: policiais militares e civis recebiam cerca de R$ 5 mil para registrar boletins de ocorrência falsos, legitimando o suposto roubo.

Etapas da fraude

  1. Um motorista do grupo carregava a mercadoria.

  2. A carga era transferida a outro motorista, responsável por entregá-la a empresários receptadores.

  3. O primeiro motorista, apontado como “vítima”, ia até delegacias específicas para registrar o falso boletim.

  4. O líder do grupo recebia o pagamento dos receptadores e distribuía o dinheiro para policiais envolvidos.

O MP detalha que os suspeitos atuavam em três núcleos:

  • Operacional (motoristas)

  • Receptador (empresários)

  • Policial (responsável pela falsificação de ocorrências)

Medidas impostas pela Justiça

Sete investigados foram alvo de medidas cautelares. Entre elas:

  • suspensão imediata da função pública de policiais militares da ativa

  • proibição de usar fardas ou armamento

  • bloqueio de acesso a sistemas de investigação

  • proibição de contato entre investigados e testemunhas

  • restrição de saída da comarca

  • afastamento de sigilo profissional de advogado suspeito

Além de documentos, as autoridades apreenderam mídias e dispositivos eletrônicos que podem reforçar as provas.

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