Gabinete do deputado Samuel Dantas é alvo de operação do Gaeco
Buscas foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Paraná e executadas pelo Núcleo de Curitiba do Gaeco
Por Da Redação

O gabinete do deputado estadual Samuel Dantas (Solidariedade), na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), foi alvo de uma operação de busca e apreensão conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR). A ação faz parte da Operação Janus, que investiga a possível prática dos crimes de concussão e peculato. Ao todo, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão na ALEP e em outros endereços de Curitiba. A investigação, que está sob sigilo, é conduzida pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (Subjur) do MP-PR, com ordens judiciais expedidas pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
A Operação Janus tem como foco apurar supostos ilícitos cometidos por agentes públicos, com destaque para os crimes de concussão (quando um servidor público exige vantagem indevida em razão de sua função) e peculato (desvio de recursos públicos). Apesar de o gabinete de Samuel Dantas ter sido um dos alvos, o MPPR não divulgou os nomes dos investigados, já que o caso ainda está em andamento e sob sigilo absoluto. Após a busca, o deputado participou normalmente da sessão plenária da Alep, sem fazer comentários sobre a operação. Sua assessoria informou que ele não se manifestará no momento.
A Operação Janus não é o primeiro episódio envolvendo Samuel Dantas e sua equipe. Em novembro do ano passado, um ex-assessor do deputado foi preso em flagrante pela Polícia Civil, acusado de extorsão, calúnia e difamação. Segundo a investigação, o ex-assessor exigia R$ 250 mil para não divulgar informações que poderiam prejudicar o parlamentar. Ele foi detido em um posto de gasolina no bairro Pinheirinho, em Curitiba, após ameaçar prestar um depoimento ao MPPR. O caso levantou suspeitas sobre a conduta de pessoas ligadas ao gabinete do deputado, o que pode ter contribuído para a abertura da Operação Janus.
Samuel Dantas, que foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2022, pelo PROS, com 29.322 votos, é policial militar do 13° Batalhão e do Bope (Batalhão de Operações Especiais). Durante a campanha eleitoral, ele prometeu focar em projetos nas áreas de defesa animal e assistência social. Natural de Assaí, no norte do Paraná, Dantas mudou-se para Curitiba e São José dos Pinhais, onde concorreu à prefeitura em 2020, ficando em segundo lugar com 26.680 votos (20,59%). Antes disso, em 2018, tentou se eleger deputado estadual, mas não obteve votos suficientes.
A Assembleia Legislativa do Paraná emitiu uma nota informando que a equipe do Gaeco foi recebida e acompanhada pelo Gabinete Militar da Casa, que conduziu os agentes até o gabinete alvo da operação. "Os mandados foram cumpridos sem nenhuma intercorrência", destacou a nota. A Alep também afirmou que prestou todo o apoio necessário para o cumprimento das ordens judiciais, reforçando o compromisso com a transparência e o respeito às instituições.
O MPPR, em sua nota oficial, ressaltou que as buscas foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Paraná e executadas pelo Núcleo de Curitiba do Gaeco, com o apoio da Alep. A Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos (Subjur) é a responsável pela condução das investigações, que seguem em sigilo absoluto. A nota do Ministério Público não detalhou os possíveis envolvidos ou as evidências coletadas durante as buscas, mas reforçou o caráter sério e necessário da operação.
