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G9 assume comando das duas CPIs em Foz e aprofunda isolamento político de Silva e Luna

Bloco independente controla presidência e relatoria das investigações sobre contrato de R$ 25 milhões no Foztrans e retirada de 7 mil livros de inglês

G9 assume comando das duas CPIs em Foz e aprofunda isolamento político de Silva e Luna Créditos: Christian Rizzi - CMFI

A composição das duas CPIs em andamento na Câmara de Foz do Iguaçu, definida na quinta-feira (27), consolidou o G9 no comando das principais frentes de investigação sobre a gestão municipal e ampliou o isolamento político do prefeito General Silva e Luna (PL). Ao assumir a presidência e a relatoria tanto da CPI do Foztrans, que apura um contrato de R$ 25 milhões firmado sem licitação com a Celepar, quanto da CPI dos Livros de Inglês, instaurada após a retirada de 7 mil exemplares da rede municipal, o bloco independente deixou a base governista sem funções de direção nas duas comissões.

A perda de espaço do prefeito no Legislativo se aprofunda desde o início de 2025, marcada por disputas internas, atritos com vereadores antes alinhados ao Executivo e sucessivas votações em que o governo não conseguiu mobilizar maioria. O desgaste também se intensificou com a abertura de investigações sobre contratos de alto valor e decisões administrativas tomadas sem diálogo com o parlamento.

Na CPI do Foztrans, a presidência ficou com Yasmin Hachem (PV) e a relatoria com Anice Gazzaoui (PP), ambas integrantes do G9. A comissão investigará o contrato de R$ 25 milhões para gestão das multas de trânsito, a destinação dos valores arrecadados, a execução e a qualidade da sinalização viária, o andamento da consultoria responsável pelo novo projeto de transporte coletivo e o credenciamento para recolhimento e leilão de veículos, avaliado em R$ 291,8 mil. O líder do governo, Cabo Cassol (PL), integra a comissão apenas como membro.

A CPI dos Livros de Inglês, também presidida por Yasmin Hachem, vai apurar a decisão que determinou o recolhimento dos exemplares “English After School” após a polêmica envolvendo uma tirinha alusiva ao Valentine’s Day. A medida foi adotada sem notificação prévia às escolas e sem garantia de contraditório, desencadeando questionamentos sobre legalidade administrativa e impactos pedagógicos. A relatoria ficou com Adnan El Sayed (PSD), e completam o colegiado Valentina Rocha (PT), Soldado Fruet (PL) e Dr. Ranieri Marchioro (Republicanos). A investigação também examinará eventual relação entre o recolhimento dos materiais e a dispensa de licitação aberta posteriormente para aquisição de novos livros.

As duas comissões avançam enquanto uma terceira, a CPI do Asfalto, aguarda autorização regimental para começar. O pedido apresentado prevê investigar contratos de pavimentação executados pela atual gestão, incluindo valores, critérios de contratação, possíveis aditivos, qualidade das obras e a execução dos serviços em diferentes bairros da cidade. Pelo regimento, apenas duas CPIs podem funcionar simultaneamente; por isso, a CPI do Asfalto será instalada automaticamente assim que uma das duas comissões em curso concluir seus trabalhos, abrindo uma nova frente de pressão sobre o governo Silva e Luna.

Créditos: Bruno Soares Acesse nosso canal no WhatsApp