Funerária identifica sinais vitais em homem dado como morto: entenda como funciona preparação do corpo para o velório

Empresa funerária precisa seguir um protocolo antes de levar a pessoa para o velório. Em 26 anos de empresa, diretor da Amuprev disse que nunca presenciou uma situação de uma pessoa ser levada viva para funerária. Homem dado como morto em funerária de Umuarama: Como funciona a preparação antes de ir para o velório Reprodução/RPC Antes da preparação do corpo para ir ao velório, a funerária responsável precisa seguir alguns protocolos rigorosos, entre eles, verificar se o paciente está de fato sem vida. Entenda mais abaixo. Em Umuarama, no noroeste do Paraná, graças a esses protocolos a funerária descobriu que havia recebido um paciente ainda com sinais vitais. Um homem, de 57 anos, foi levado vivo para a funerária na segunda-feira (17), depois que um médico do Hospital Nossa Senhora Aparecida ter assinado a declaração de óbito. O paciente então foi levado novamente para o hospital. Todavia, não resistiu. A Administração de Cemitérios e Serviços Funerários da cidade (ACESF) confirmou que foi acionada na manhã de terça (18) para recolher o corpo dele. O hospital esclareceu que abriu uma sindicância para apurar os fatos e que afastou os funcionários envolvidos; a Polícia Civil investiga o caso. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Ao g1, o diretor da Umuprev, Luciano souto, disse ser a primeira vez em 26 anos de empresa que ocorreu um caso como este. Ele explicou como funciona o processo da chegada do corpo, a preparação antes de ir para o velório. Atestado de óbito Antes do corpo ir para a funerária, a empresa recebe o atestado do óbito assinado por um médico responsável. Depois, dá início ao procedimento de verificação do cadáver em uma sala especial. "Temos profissionais capacitados que fazem a verificação no corpo, na mesa de preparação. Ali eles olham como está o estado do corpo, se tem perfuração, se está intacto, se teve alguma violação, verificam os órgãos vitais, pupila e pulso", explicou. Morre homem que horas antes foi levado ainda vivo para funerária de Umuarama Local onde o corpo é preparado Arquivo pessoal No caso do homem que chegou com vida à funerária, foi durante esse procedimento que os funcionários verificaram que o paciente tinha pulsação. "Durante o protocolo, eles viram que ele tinha sinais de vida". Luciano disse que os profissionais fazem cursos todo mês para seguir com os procedimentos e saber como atuar em uma situação 'inusitada'. Tanatopraxia Depois da avaliação inicial, o corpo é levado para a preparação da tanatopraxia, que é um procedimento que visa conservar, embalsamar, higienizar e cuidar da aparência de um defunto para o velório. Maquiar essas pessoas está no processo, chamada de necromaquiagem. "Realizamos esse procedimento para manter a aparência da pessoa, com a coloração melhor, para que os amigos e familiares possam se despedir da pessoa querida", disse. Mesa usada para preparação do cadáver Arquivo pessoal Luciano lembra que é necessário seguir todos os passos do protocolo antes de chegar a esta etapa, pois a pessoa precisa, de fato, estar morta. "Não é possível fazer a tanatopraxia em uma pessoa com sinais vitais". Todo o processo de 1 hora e 30 minutos a 3 horas dependendo da pessoa que é atendida. Depois, o corpo é levado para o velório. Kit de maquiagem usado para preparação do cadáver Arquivo pessoal Homem levado vivo para a funerária Idoso estava internado no Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Umuarama (PR) Reprodução/RPC Na noite de segunda-feira (17), o homem foi dado como morto pelo Hospital Nossa Senhora Aparecida. O corpo foi levado pela ACESF para a funerária e lá, antes de começar o procedimento de preparação para o velório, identificaram sinais vitais. O Samu foi chamado, e o homem foi levado de volta para o mesmo hospital. O estado de saúde dele naquela ocasião não foi divulgado. Porém, horas depois ele acabou morrendo. Em nota, a funerária informou que, "diante dessa inesperada constatação, agiu prontamente, acionando imediatamente o Samu". Segundo a funerária, um médico foi enviado e, após avaliação, atestou a presença de sinais vitais no paciente, sendo devidamente removido para uma unidade hospitalar para receber o atendimento adequado". Leia também: MP pede aumento de pena de mãe e padrasto condenados por morte de jovem autista em Ponta Grossa Turismo cresce no Paraná, mas falta de dados dificulta análise e propostas para desenvolvimento do setor O hospital esclareceu que abriu uma sindicância para apurar os fatos e que afastou os funcionários envolvidos. "Todas as medidas administrativas necessárias estão sendo tomadas. Nos solidarizamos com familiares e estamos à disposição para esclarecimentos aos mesmos", afirmou a instituição em nota. A causa da morte do homem ainda não foi oficialmente confirmada. Os funcionários do hospital que foram afastados serão chamados para prestar depoimento Mais assistidos do g1 PR Leia mais em g1 Norte e Noroeste.