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Flávio Bolsonaro divide a direita ao lançar pré-candidatura à Presidência em 2026

Lançamento divide aliados, preocupa mercado e reacende debate sobre limites eleitorais do bolsonarismo

Flávio Bolsonaro divide a direita ao lançar pré-candidatura à Presidência em 2026 Créditos: Lula Marques/Agência Brasil

O anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência mobilizou a direita brasileira na sexta-feira (05), provocando manifestações públicas e avaliações reservadas. Setores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmam que o senador é o nome mais habilidoso da família, enquanto outras alas alertam que a rejeição ao clã impõe um teto de votos difícil de superar.

Flávio afirmou ter apoio direto do pai para disputar o Planalto. Jair Bolsonaro está inelegível desde 30 de junho de 2023 e preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília desde 22 de novembro, cumprindo pena de 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A possibilidade de um novo embate Lula x Bolsonaro desta vez com o filho mais velho desagradou o mercado. Na sexta, o dólar subiu 2,31% e a bolsa caiu 4,31%. A leitura predominante é de que Flávio teria menos margem para dialogar com o centro, algo considerado mais viável em nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ou governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD).

Horas antes do anúncio, em entrevista ao Poder360, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), elogiou Tarcísio e Ratinho Jr., reforçando a preferência de parte da direita por perfis vistos como mais moderados.

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Após o lançamento, o Poder360 ouviu, em reservado, políticos alinhados ao bolsonarismo e setores mais distantes. Eis os principais pontos levantados:

Pontos favoráveis a Flávio

Aliados próximos dizem que o senador tem capacidade de diálogo superior à dos irmãos e demonstraria mais “frieza” nas decisões políticas. Para esse grupo, a marca Bolsonaro garante por si só um piso de votos suficiente para levar Flávio ao 2º turno.

Dirigentes do PL, como Valdemar Costa Neto, argumentam que qualquer nome apoiado por Jair Bolsonaro começa competitivo. Outro ponto citado é a facilidade de Flávio para tratar de segurança pública, tema considerado central para 2026, especialmente após a megaoperação policial de 28 de outubro no Rio, que deixou 122 mortos.

Argumentos contrários

Setores da direita menos alinhados ao bolsonarismo dizem que, embora Flávio herde votos do pai, enfrenta um teto elevado de rejeição, o que beneficiaria Lula em um cenário de nova polarização. O presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, defendeu publicamente que o país evite repetir o confronto de 2022.

Outro ponto crítico é a avaliação de que uma candidatura de Flávio poderia reduzir o espaço do debate econômico, reforçando disputas morais e identitárias. Também há quem avalie que ele teria mais dificuldade de atrair o eleitorado de centro do que Tarcísio ou Ratinho Jr.

Escândalos que envolveram o senador no passado, como as acusações relacionadas ao caso das rachadinhas e o vínculo com Fabrício Queiroz, continuam sendo mencionados internamente.

Além disso, críticos relembram o episódio em que Flávio passou mal durante um debate na eleição pela prefeitura do Rio em 2016, o que volta a ser citado como argumento político por opositores

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