Educadores tomam as ruas em Curitiba para denunciar o Massacre do Centro Cívico, ocorrido há dez anos

Nesta terça-feira (29) servidores(as) estaduais vão se concentrar na Praça Tiradentes às 9 horas e caminhar em passeata até o Centro Cívico

Por Gabriel Porta Martins

Educadores tomam as ruas em Curitiba para denunciar o Massacre do Centro Cívico, ocorrido há dez anos Créditos: APP-Sindicato/Divulgação

Educadores da rede pública estadual e outros servidores do Estado participam hoje (29) de uma mobilização em Curitiba. A concentração ocorre na Praça Tiradentes, desde às 9h da manhã com uma caminhada prevista até a Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. O ato marca os dez anos do confronto entre manifestantes e forças de segurança no Centro Cívico, ocorrido em 2015.

Às 11h30 haverá uma reunião entre representantes do Fórum Estadual dos Servidores (FES), deputados(as) que acompanham a pauta de reinvindicações dos(as) servidores(as); o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi; e o líder do Governo na Casa, Hussein Bakri. Essa reunião será na Assembleia Legislativa e vai tratar principalmente da data-base – correção dos salários pela inflação que o governo do Paraná não aplica desde 2016.

Segundo a APP-Sindicato, “a mobilização deste dia 29 visa denunciar as atrocidades cometidas em 2015, para que elas nunca mais se repitam. Há dez anos, servidores que se manifestavam no Centro Cívico foram atacados com bombas e balas de borracha, que deixaram mais de 200 pessoas feridas, inclusive jornalistas que cobriam a manifestação”.

“A gente está em mais um período difícil, em que a mão do governo tem pesado sobre nossa categoria nas escolas, mas estamos de pés aqui firmes e fortes para enfrentar. A terça-feira (29) será mais um desses momentos”, afirma a presidenta da APP, Walkiria Mazeto.

“Apesar da repressão brutal, o dia 29 é marcado pela força de nossa categoria. E a gente precisa manter essa mesma energia contra outras formas de violência que a gente tem vivenciado”, completa Walkiria.

A mobilização terá a participação também de trabalhadores(as) do interior do Paraná, que virão em caravanas até Curitiba.

A secretária de Aposentados, Maria Adelaide Mazza Correia, ressalta que toda a violência daquele dia não afastou os educadores(as) da luta. “Nós continuamos sendo resistência, apesar das grandes dificuldades. Dia 29 tomaremos às ruas e os(as) aposentados(as) estarão conosco mais uma vez”, afirma.

Adelaide tem uma dica para os(as) educadores(as) aposentados(as) que não puderem fazer a caminhada entre as praças Tiradentes e Nossa Senhora de Salete: esses(as) devem ir direto para a frente da Assembleia Legislativa, onde haverá uma estrutura montada pele APP para acolhê-los confortavelmente.

A secretária de Administração e Patrocínio da APP, Nádia Brixner, convoca todos(as) os(as) educadores(as) a participarem da mobilização: “Essa data traz à memória a resistência da nossa categoria, professores e funcionários e de escola, nos últimos dez anos. É por isso que o 29 é tão importante. Por isso vamos tomar as ruas para dar um grito de basta às violências que estamos sofrendo nas escolas. O 29 é dia de luto, luta e muita resistência”.

“Não estaremos sozinhos. Teremos também os sindicatos do Fórum das Entidades Sindicais (FES), com um contingente dos demais servidores estaduais. Teremos também pais, mães e estudantes que também estão se organizando para estar conosco”, diz Nádia.

A mobilização apresentará à sociedade a Campanha Salarial 2025 da APP-Sindicato, que inclui o pagamento dos percentuais da data-base em atraso e a equiparação salarial às outras categorias do Poder Executivo. Além da pauta salarial, a campanha defende o cumprimento da decisão judicial das 7 Horas-Atividade, a não privatização das escolas, o fim do programa de escolas cívico-militares e a eleição para as direções de todas as 2.100 escolas da rede pública estadual.