Cronograma do Lote 6 prevê entregas graduais de duplicações entre 2028 e 2034
Primeiras entregas estão previstas para serem feitas a partir maio de 2028 com entregas graduais até o nono ano de contrato
Por Da Redação

O diretor-executivo da EPR Iguaçu, Silvio Caldas, concedeu entrevista exclusiva à Gazeta do Paraná para detalhar o cronograma de obras da concessão rodoviária do Lote 6, sob responsabilidade da empresa desde maio deste ano. Entre os principais temas abordados está o projeto de duplicação das rodovias federais (BR-277 e BR-163) e estaduais (PR-182, PR-483, PR-180, PR-280 e PR-158), que totaliza aproximadamente 460 quilômetros e representa um dos investimentos mais aguardados pelos moradores das regiões Oeste e Sudoeste do estado.
Segundo Caldas, o contrato estabelece que todas as duplicações deverão ser entregues até o nono ano da concessão, em 2034, mas as primeiras entregas ocorrerão muito antes disso. “É um cronograma que está muito bem estabelecido, com entregas a partir do terceiro ano do contrato até o nono. Nesse período precisamos entregar todas essas obras de duplicação. São 460 quilômetros de duplicação, vias marginais, passarelas e viadutos”, explicou.
O diretor destacou que as primeiras entregas estão previstas para serem feitas a partir maio de 2028, quando se inicia o terceiro ano de concessão. Até lá, devem ser concluídos 33,9 quilômetros de duplicação, abrangendo trechos da BR-277 em Guarapuava e Matelândia, além de rodovias estaduais no Sudoeste. Os trechos são:
BR-277 (Guarapuava): km 355 a 373
BR-277 (Matelândia): km 652,5 a 657,2
PR-280 (Pato Branco): km 213,25 a 216,1
PR-158 (Pato Branco): km 534,8 a 539,4
PR-158 (Vitorino): km 539,9 a 543,15
“Quando falamos em anos, é sempre bom reforçarmos que estamos falando de entrega. Então, quando tratamos do terceiro ano, é que essas obras precisam ser entregues no terceiro ano. Não necessariamente que vamos começar no terceiro ano, até porque temos um tempo para realização. Possivelmente essas obras sejam iniciadas antes”, detalhou Caldas.
No quarto ano de concessão, outras frentes de duplicação devem ser concluídas, somando 47,3 quilômetros. Esses trabalhos englobam trechos da BR-277 em Guarapuava, Céu Azul e Matelândia, e da BR-163 em Realeza, Capitão Leônidas Marques e Santa Lúcia, além de novos segmentos da PR-280 em Vitorino.
Os trechos previstos são:
BR-277 (Guarapuava): km 327,8 a 336
BR-277 (Céu Azul): km 640,4 a 650,55
BR-277 (Matelândia): km 650,5 a 652,5
BR-163 (Realeza): km 124 a 127,51
BR-163 (Capitão Leônidas Marques): km 131 a 131,69 e km 138,89 a 140,82
BR-163 (Santa Lúcia): km 147,87 a 148,37
PR-280 (Vitorino): km 224,45 a 234,57
PR-280 (Vitorino): km 234,57 a 244,85
Desafios
De acordo com Caldas, o motivo para que as entregas se iniciem apenas no terceiro ano está diretamente ligado à necessidade de elaboração dos projetos executivos e à obtenção de licenciamentos ambientais, etapas fundamentais e que ainda não estão prontas.
“São dois motivos principais: a necessidade de elaboração dos projetos executivos, que demandam um tempo, e também a obtenção de licenciamentos ambientais. Essas obras não possuem projetos executivos e também não possuem licenciamentos ambientais emitidos ainda. Então nós precisamos elaborar tudo isso, e por isso esse tempo, para que possa tramitar toda essa documentação”, frisou o diretor.
O diretor-executivo também ressaltou que a EPR Iguaçu enfrentará desafios significativos em áreas sensíveis, que exigem estudos técnicos detalhados e diálogo constante com os órgãos de controle. “Temos alguns pontos que são mais sensíveis. São três pontos bem relevantes: o Parque Nacional do Iguaçu, que temos uma extensão com a rodovia margeando todo o parque, a região do aldeamento indígena em Nova Laranjeiras e também a Serra da Esperança”, afirmou.
Caldas destacou que a empresa está empenhada em desenvolver soluções técnicas adequadas para essas áreas. “Vamos trabalhar na elaboração de projetos que tragam as melhores soluções técnicas e também sempre discutindo com os órgãos responsáveis por esses licenciamentos. O que nós buscamos é que todos os projetos sejam elaborados com nossas consultorias, conforme todas as normativas e condicionantes ambientais”, explicou.
Sobre a Serra da Esperança, trecho considerado um dos mais críticos do Lote 6, Caldas reconheceu que o desafio será grande. “Esse é um ponto ainda mais crítico para a execução das obras, mas estamos preparados para isso, com um corpo técnico muito bem estabelecido para superar esses desafios.”
As duplicações previstas no contrato da EPR Iguaçu devem atender uma demanda histórica da população do Oeste e Sudoeste do Paraná, especialmente na BR-277, que há décadas enfrenta gargalos e não foi completamente duplicada na antiga concessão.
