Ponto 14

Dividendos da Copel cresceram 968% desde 2017; proposta do governo de vender parte da empresa avança

Por Giuliano Saito


Em 2021, valor dividido entre os acionistas foi de mais de R$ 3 bilhões. Proposta do governo aprovada em 1º turno na Alep autoriza o Paraná a deixar de ser acionista controlador. Entenda a divisão dos lucros da Copel nos últimos anos Como principal acionista da Copel, o Governo do Paraná recebe parte dos dividendos, que são a parte dos lucros que sobram após investimentos em melhorias na companhia. O valor dividido entre os acionistas vem crescendo ano a ano. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que os dividendos cresceram 968% de 2017 a 2021. Com 31,1% de participação na Copel, o governo estadual recebeu quase R$ 1 bilhão no ano passado. Outros 23,8% dos dividendos foram para o BNDES e BNDESPAR e quase R$ 1,5 bilhão para os demais acionistas. Confira: Avanço dos dividendos da Copel, segundo o Dieese RPC Curitiba Na última segunda-feira (21) o Governo do Paraná enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei que, entre outras medidas, autoriza a venda de parte da Copel. A proposta foi aprovada em primeira votação nesta quarta-feira (23). Pelo texto, o Executivo reduziria a participação na empresa a pelo menos 15%. Com a venda das ações, o governo espera arrecadar cerca de R$ 3 bilhões - o equivalente aos dividendos distribuídos pela Copel em 2021. Leia também: Deputados aprovam em 1º turno projeto que autoriza Governo do Paraná a vender parte da Copel; veja como votaram Pacotaço do Ratinho Junior: entenda os projetos de lei propostas pelo Governo do Paraná O Governo do Paraná apresentou como uma das justificativas para vender parte da Copel a proximidade do fim dos contratos de concessão de usinas hidrelétricas federais controladas pela empresa. Parte dos lucros da companhia vem da produção de energia dessas usinas. Juntas, elas são responsáveis por 60% da produção de energia no estado. A concessão da maior delas, Foz do Areia, vence em dezembro de 2024. O contrato da Usina de Segredo vence em dezembro de 2032. E de Salto Caxias em março de 2033. Como as concessões já foram renovadas, por lei, a Copel vai perder o comando das usinas. Com a privatização, a companhia poderá se juntar a outras empresas, com participação de até 49% na sociedade, para continuar no controle dessas usinas e da produção de energia. Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR), Leandro José Grassmann, como duas das concessões ainda estão longe de vencer, a justificativa do governo perde força. "A gente ainda tem dez anos de vida ainda para negociar e para achar uma saída para a renovação desse contrato. É prematuro falar em perder essas duas usinas." Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram A proposta do governo de vender as ações da copel e transformar a empresa pública em uma corporação ficou pública na última segunda, com a entrega do projeto à Alep. Mas, no dia 31 de outubro, um dia após o primeiro turno das eleições, foi solicitado ao conselho de controle das empresas estaduais informações técnicas para subsidiar um modelo para uma possível operação na bolsa da Copel, preservando participação societária relevante do estado. O fato foi comunicado ao mercado e aos acionistas, conforme prevê a legislação. Fabiano Dalto, professor de Economia da Universidade Federal do Paraná, afirma que é preciso ter mais informações para a sociedade discutir os impactos da de parte da Copel. "Um projeto como esse deveria ser posto em discussão amplamente na sociedade. Porque a Copel é uma empresa muito influente em muitas áreas." Os vídeos mais assistidos do g1 PR: S Mais notícias do estado em g1 Paraná.