Digão, guitarrista dos Raimundos, lamenta morte de Canisso: 'A gente ria, brigava, zoava'
Por Giuliano Saito
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Digão e Canisso eram os únicos membros originais dos Raimundos, que fundaram em 1987. Nos últimos anos, o baixista discordou publicamente das posições políticas do vocalista e guitarrista. Digão e Canisso Reprodução / Instagram Digão Digão, atual vocalista e guitarrista dos Raimundos, lamentou a morte de Canisso, baixista da banda, nesta segunda-feira (13). "Que dia triste. A gente ria, brigava, zoava, ralava, perdia, vencia e sempre na luta!!!! Milhões de histórias e piadas que ficarão sem o seu melhor contador. Tá muito difícil escrever e descrever. Meu Amor está todo com vocês Canisso, Dri, Mike, Lori, Nina e Pedro e toda Família Raimundos", disse Digão. Ele também postou uma oração uma galeria de fotos dos dois. Initial plugin text Digão e Canisso eram os únicos membros originais dos Raimundos ainda na banda, formada em 1987. Nos últimos anos, Canisso rebateu publicamente opiniões políticas de extrema-direita de Digão. Em junho de 2022, um seguidor dele escreveu no Twitter: "Eu vejo - infelizmente- o Raimundos tocando é só consigo enxergar um monte de fascista safado cantando coisa ultrapassada como se fosse ok". Canisso respondeu: "Vai no oculista. Eu e resto não somos, isso só acometeu os vocalistas." Initial plugin text Rodolfo Abrantes, vocalista original, saiu da banda em 2001 para se dedicar à música evangélica. Nos últimos anos, Digão defende causas conservadoras, quando disse que "não se sentia à vontade" com o quadrinho que tinha um beijo gay e foi censurado pelo ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella em 2019. Canisso também fez uma série de posts dizendo que não se devia julgar a banda pela opinião de apenas um integrante. Initial plugin text Canisso, baixista do Raimundos, morreu aos 57 anos nesta segunda-feira (13). A informação foi confirmada pelo empresário da banda, Denis Porto. Com mais de 35 anos de carreira, o grupo de Brasília lançou nove álbuns de estúdio e emplacou hits nos anos 90 como "Eu Quero Ver o Oco", "Mulher de Fases" e "A Mais Pedida". Segundo mensagens publicadas no perfil do músico no Facebook, José Henrique Campos Pereira, nome real do músico, sofreu uma queda decorrente de um desmaio e foi encaminhado para um hospital. A banda famosa por unir ritmos populares brasileiros com o peso do punk e do hardcore também ficou conhecida pelas letras irreverentes. Foram duas fases principais do Raimundos: uma com o vocalista Rodolfo Abrantes (até 2001) e outra com o guitarrista Digão assumindo os vocais (a partir de 2001). HOMENAGENS: Artistas lamentam morte de Canisso FOTOS: Relembre carreira do baixista do Raimundos 'UM CARA LEGAL': Dono de bar mostra último show ? O g1 agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar Começo foi como roadie Canisso, baixista do Raimundos, durante o João Rock 2019 Érico Andrade/G1 Baixista do Raimundos, e um dos fundadores do grupo, José Henrique Campos Pereira, o Canisso, aprendeu a tocar instrumentos e a trabalhar como roadie em Brasília, na década de 1980. Durante um festival de música organizado em sua escola, em Brasília, ele conheceu Digão. Depois, o guitarrista apresentou um amigo que já conhecia: era Rodolfo. Relembre 7 hits do Raimundos Fãs dos Ramones, eles começaram a tocar músicas da banda de punk na garagem de Digão. "Eu tocava guitarra, mas sobrou o baixo", explicou Canisso. Com essa formação, ainda no final dos anos de 1980, o Raimundos começou a tocar em bares e festas na região de Brasília. Raimundos com Marquim, Digão, Fred, Canisso e Caio Divulgação Canisso seguiu com a banda depois que Rodolfo o convenceu a ficar no Raimundos, para chamar a atenção de Adriana Vilhena, que se tornaria a esposa dele e com quem teve quatro filhos. “A banda virou, eu nem estava pensando nisso. Eu fui querer ter banda para conquistar a gata.” Em 2013, Canisso falou ao g1 sobre tocar no Lollapalooza e a nova fase da banda. "Estou começando a ver como se estivesse completando um ciclo. A gente está conseguindo finalmente se desvencilhar do passado e virando uma realidade. Hoje, a gente não deve nada ao que aconteceu." "Somos uma boa banda de festival, de palco pequeno, acústico, transitamos com facilidade por climas e estilos, estamos sempre demonstrando qualidade e verdade. Nunca perdemos a identidade com quem está no público. A banda é a continuação em cima do palco da molecada que está no público."
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