Curi quer o governo, mas diz que decisão será coletiva no PSD
A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Massa FM Cascavel, durante o programa Microfone Aberto com Valdomiro Cantini
Por Da Redação

Durante entrevista concedida à Rádio Massa FM Cascavel, na manhã de segunda-feira (14), o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e deputado estadual Alexandre Curi (PSD), reiterou sua disposição de disputar o governo do Estado em 2026 e defendeu que a sucessão de Ratinho Junior seja discutida com base na continuidade das políticas públicas implantadas nos últimos anos. A declaração, feita ao jornalista Valdomiro Cantini no programa Microfone Aberto, mostra uma certa ascensão de Curi como um dos nomes centrais dentro do grupo político que hoje governa o Paraná.
Ao longo da entrevista, Curi destacou que sua eventual candidatura não é um projeto pessoal, mas fruto de um processo coletivo dentro do PSD. “Todos sabem da minha vontade de disputar o governo. Mas essa não é uma caminhada individual. Eu sou um homem de partido e essa decisão será tomada coletivamente, com a liderança do governador Ratinho Júnior e o apoio das nossas bases”, afirmou.
O gesto de Curi é respaldado por sinais recentes vindos do próprio governador. Apesar de manter sob reserva a escolha de um sucessor, Ratinho Junior já declarou que o candidato será do PSD, partido que hoje controla a maioria das prefeituras paranaenses e possui a maior bancada da Assembleia Legislativa. O movimento foi interpretado nos bastidores como um “aceno firme” a Alexandre Curi, que nos últimos meses intensificou a presença em eventos regionais, ampliou o diálogo com prefeitos e estreitou laços com o setor produtivo.
Curi defendeu o seguimento da atual gestão. “Estamos defendendo a continuidade dessa administração, que tem transformado o Paraná em diversas áreas. Somos referência em educação, em sustentabilidade e temos crescido economicamente, principalmente no setor industrial. Isso precisa ser preservado e ampliado”, argumentou.
Na entrevista, o presidente da Alep ressaltou que já comunicou ao governador sua disposição de percorrer todas as regiões do Estado. “Quem conhece o Paraná sabe que cada região tem suas particularidades. O Sudoeste tem desafios muito diferentes dos da Região Metropolitana de Curitiba, por exemplo. Só com presença, escuta e diálogo vamos construir um plano de governo à altura do que o Paraná exige”.
Entre os nomes cotados dentro do PSD, além de Curi, aparecem com frequência o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca; o vice-governador Darci Piana; os ex-secretários Guto Silva e Sandro Alex; e o atual secretário da Saúde, Beto Preto. Todos são ligados ao núcleo político de Ratinho Junior. Mas foi Alexandre Curi quem assumiu, com maior ênfase, a pré-disposição de disputar a sucessão estadual. “O partido vai apresentar os melhores quadros para o governo, para o Senado e para a vice. Vamos manter a unidade e respeitar o tempo certo de definição”.
Curi defendeu que o nome do candidato à sucessão seja conhecido até o fim do ano. “Não vejo necessidade de antecipar. Mas acredito que viraremos o ano com o nome escolhido. Isso dará tempo para que o candidato percorra o Paraná ao lado do governador, conheça ainda mais as demandas locais e se apresente à população”, afirmou. Para ele, o tempo até janeiro de 2026 será suficiente para consolidar um projeto que una o legado da atual gestão com novos desafios. “Janeiro, depois das férias, é o momento ideal para o candidato estar na estrada com o governador, mostrando que o trabalho vai continuar forte”.
Ao comentar os cenários eleitorais projetados até aqui, o presidente da Assembleia revelou que pesquisas já apontam crescimento de seu nome, especialmente quando há associação direta com o apoio de Ratinho Júnior. “Na última pesquisa, quando o governador declara apoio, a diferença para o primeiro colocado cai para dez pontos. E a eleição nem começou. Vamos seguir trabalhando com serenidade e responsabilidade”.
Curi também abordou a possibilidade de haver mais de um candidato do campo governista no primeiro turno das eleições. Segundo ele, embora o ideal seja a unidade, um segundo turno pode representar uma oportunidade de aprofundar o debate. “O segundo turno permite uma discussão mais clara com a população. Vimos isso em Curitiba, onde o prefeito Eduardo Pimentel cresceu ao ter tempo para dialogar diretamente com o eleitor e mostrar sua experiência. No Paraná, pode ser parecido. Queremos mostrar que o candidato do governador tem história, participou de decisões importantes e conhece o Estado”.
Na avaliação do deputado, a condução da sucessão deve evitar ruídos e divisões internas. “O PSD vai encaminhar unido as eleições de 2026. Nossa prioridade é garantir a continuidade do projeto que vem transformando o Paraná. Vamos construir juntos, respeitando o tempo certo, e escolhendo o nome que melhor representa esse avanço”.
Curi também falou sobre sua atuação à frente da Assembleia Legislativa. Em pouco mais de seis meses de gestão, a Alep saltou da 7ª para a 4ª colocação no ranking de transparência das Assembleias brasileiras, recebendo o Selo Diamante dos Tribunais de Contas. “A sociedade quer um legislativo moderno e eficiente. E é isso que estamos construindo: mais transparência, mais inovação, mais economia”.
Entre as principais ações da atual gestão, o deputado citou a devolução recorde de recursos ao Executivo estadual. “Já devolvemos R$ 250 milhões e vamos devolver mais R$ 270 milhões até outubro. São quase R$ 520 milhões voltando em forma de creches, hospitais e programas de infraestrutura, como o Asfalto Novo, Vida Nova”.
Além disso, a Assembleia firmou parceria com o Google para uso de inteligência artificial, com o objetivo de eliminar o uso de papel e tornar os prédios da instituição mais sustentáveis. “Estamos instalando placas solares, digitalizando processos e modernizando os sistemas internos. A inovação agora é parte do nosso dia a dia”.
