Curi disse ao PSD que tem vontade de disputar o governo do Paraná

Eliane Alexandrino/ Cascavel

No próximo pleito eleitoral, os olhares se voltarão para a sucessão no governo do Paraná. Isso porque, o atual governador Ratinho Junior irá encerrar o seu segundo mandato. Logo, eis a questão: para quem ele irá passar o bastão? No entanto, são inúmeras as possibilidades no Estado. Até porque, os paranaenses irão escolher o novo governador e, consequentemente, seu vice. E a ebulição eleitoral se acentua, já que serão eleitos dois novos senadores pelo Paraná. 

Em sua terceira reportagem sobre os principais nomes que se destacam para as eleições de 2026, a Gazeta do Paraná conversou com o deputado estadual e atual presidente da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), Alexandre Curi (PSD).

A GP questionou o parlamentar sobre como ele avalia seu desempenho político, já que faz parte da base do atual governo do Estado e também é destaque entre os principais nomes indicados para ser o sucessor de Ratinho Junior.

Curi afirma que, no momento, está focado em presidir a Assembleia Legislativa do Paraná e que a definição sobre qual cargo deverá disputar ficará para abril do ano que vem, não vendo necessidade de antecipar o processo. “A questão eleitoral de 2026 será definida no ano que vem. Fico muito honrado em ver meu nome aparecendo com bons índices nas pesquisas de intenção de voto, tanto para o governo quanto para o Senado. Manifestei ao meu partido, o PSD, minha vontade de disputar a eleição para o governo do estado. Me preparei para isso. Tenho seis mandatos como deputado estadual e o privilégio de, por quatro vezes, ter sido o mais votado do Paraná. Sei como funciona a máquina pública, sou municipalista e conheço as 399 cidades paranaenses. Na última eleição, recebi votos em 376 municípios. Sou um homem de partido, e o PSD é quem vai decidir, no momento adequado, quem será o candidato à sucessão do governador Ratinho Junior, que é o grande eleitor e a maior liderança política do nosso estado. O partido tem nomes muito representativos, e defendo que é necessário dar continuidade ao excelente trabalho que o governador tem feito. Se o PSD entender que meu nome é o melhor para disputar o governo, estou pronto para o desafio”, explica.

As discussões internas do partido indicam que o PSD terá uma chapa completa para a eleição majoritária de 2026, afirma o deputado. 

 

Dobradinha de sucesso

A GP questionou o parlamentar sobre como foi trabalhar junto ao governo Ratinho Junior e o que esperar para o próximo ano. Ele reforçou os avanços sobre o estado, e que a característica de que ambos são municipalistas. “Construímos uma parceria muito produtiva com o governador Ratinho Junior, que também é municipalista e entende que é nas cidades que os investimentos devem acontecer. Hoje, todos os municípios do Paraná estão recebendo recursos a fundo perdido para pavimentação de ruas, por exemplo. Trabalhamos juntos na criação e execução do programa Asfalto Novo, Vida Nova, que busca eliminar o pó e a lama das vias urbanas. Começamos pelos municípios com até 7 mil habitantes e já avançamos para cidades com até 100 mil. Também somos parceiros no maior programa de construção de creches do Brasil, com 300 unidades financiadas, em parte, pela Assembleia. Juntos, apoiamos o Hospital Erastinho, dedicado ao tratamento de câncer infantil, e a ampliação do Hospital Pequeno Príncipe, referência nacional em pediatria. A relação com o governo é extremamente positiva”, declara.

“Quem apostar que o grupo político liderado pelo governador Ratinho Junior não estará unido em 2026 vai perder. Nosso governador é o grande responsável por esse momento extraordinário que o Paraná está vivendo, principalmente pela pacificação e harmonia entre os poderes. Claro que a independência entre os poderes é respeitada, mas aqui no Paraná os prefeitos, o governador, a Assembleia, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público trabalham juntos, colocando os interesses do estado em primeiro lugar. Esse ambiente precisa continuar. A paz política que o governador construiu permitiu que o Paraná avançasse em todas as áreas. Hoje temos o maior crescimento econômico do Brasil, o maior crescimento industrial, os melhores índices em educação e somos referência em sustentabilidade. Estamos vivendo o pleno emprego, com mais vagas do que pessoas disponíveis para trabalhar. E nenhum governador do Brasil tem uma parceria com os municípios tão forte quanto a que existe aqui”, exalta.

R$ 520 milhões

Curi disse à GP que seu compromisso como presidente da Alep é fazer da instituição um órgão moderno, inovador, econômico e transparente. Também afirmou que trará novidades para a Alep, que ajudarão no desempenho dos deputados. “Avançamos em todos esses pontos. Temos o Selo de Transparência dos Tribunais de Contas do Brasil. Subimos do sétimo para o terceiro lugar nesse ranking. Trabalhamos pela sustentabilidade, reduzindo desperdícios e investindo para transformar a sede do Legislativo em um prédio inteligente, que vai gerar sua própria energia. Temos um acordo com o Google para trazer a inteligência artificial ao Parlamento, o que vai otimizar o trabalho de deputadas e deputados. Com medidas de austeridade, vamos devolver R$ 520 milhões aos cofres do estado. Somos a única Assembleia do Brasil que devolve quase metade do orçamento anual. Esse valor retorna à população na forma de obras e melhorias nos municípios. Isso só é possível pela boa parceria com o governo do estado e pelo compromisso do governador Ratinho Junior de aplicar integralmente os recursos nas cidades”, destaca.

Assembleia Itinerante

Com o objetivo de aproximar a população do poder legislativo, a Assembleia Itinerante tem sido um bom exemplo para os municípios do Paraná. “A Assembleia Itinerante tem uma repercussão excelente e resultados muito positivos. Já conversamos diretamente com lideranças e moradores de mais da metade do estado. Neste ano, foram nove sessões, com a participação da Defensoria Pública, do Tribunal Regional Eleitoral, da nossa Procuradoria da Mulher e da Escola do Legislativo. Todas as demandas que recebemos são catalogadas e respondidas. Esse é um espaço de troca, para ouvir sugestões, reivindicações e críticas pelo estado. Em Curitiba, também realizamos a Assembleia nos Bairros. E, neste segundo semestre, devemos aprovar o primeiro Código de Ética da Assembleia do Paraná, um instrumento que dará segurança jurídica ao Conselho de Ética para julgar, com celeridade, casos de quebra de decoro. É descentralização com escuta ativa”, ressalta.

Projetos aprovados

Desde o início dos trabalhos neste ano, a Alep aprovou 263 projetos de lei e realizou 71 sessões. Para Curi, todas tiveram sua importância e destacou alguns deles. “Todas as proposições têm relevância, mas destacaria a criação da primeira Câmara Criminal Especializada em Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Paraná, que vai agilizar julgamentos de casos de agressões contra mulheres. Também aprovamos o Programa Recomeço, que garante auxílio financeiro a mulheres vítimas de violência, para que possam romper com o ciclo de agressões e reconstruir suas vidas. Outra pauta importante foi o novo marco regulatório da ocupação da Ilha do Mel, que garante a preservação desse patrimônio natural. E, claro, a aprovação da LDO, que prevê R$ 6,6 bilhões em investimentos para 2026”, contempla.

Curi concluiu que liderar o poder legislativo exige muita responsabilidade e respeito com o povo. “Exige responsabilidade constante. Meu perfil é conciliador, de buscar consensos, e acredito que tivemos um saldo positivo nesses primeiros seis meses. Tornamos as sessões mais ágeis e produtivas, e mantivemos o Parlamento aberto ao diálogo com a sociedade. Realizamos mais de 100 audiências com a participação da população”, finaliza.

O que esperar para 2026?

Curi se compromete em continuar com políticas públicas, propostas concretas, sem perder o foco no futuro promissor. “De nossa parte, o eleitor pode esperar um debate de alto nível, com propostas concretas e foco no futuro do Paraná. O estado precisa de continuidade destas políticas públicas que estão sendo executadas, de planejamento de longo prazo, com metas para os próximos 10, 15, 20 anos. Romper esse ciclo positivo seria um retrocesso. Temos que avançar com responsabilidade e visão de futuro”, pontua.

 

Foto: Assessoria