Comissão da “CPI do Professor Monstro” é oficialmente formada
Presidente da Câmara indicou os seguintes vereadores como membros: Hudson Moreschi (Podemos), Everton Guimarães (PMB), Dr. Lauri (MDB), Valdecir Alcântara (PP) e Contador Mazutti (PL)
Por Da Redação

Foi publicado nesta quinta-feira (26), no Órgão Oficial do Município, o Ato da Presidência nº 55/2025, que designa os cinco vereadores que irão compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurará possíveis irregularidades nos processos administrativos relacionados a casos de violência sexual e pedofilia em CMEIs e escolas da rede municipal de ensino. A comissão foi instaurada após a repercussão do caso envolvendo um servidor apelidado de “professor monstro”, acusado de abusar de crianças pequenas durante o exercício da função.
A presidência da Câmara, ocupada por Tiago Almeida (Republicanos), seguiu o Regimento Interno e respeitou a proporcionalidade entre os blocos parlamentares ao indicar os seguintes vereadores: Hudson Moreschi (Podemos), Everton Guimarães (PMB), Dr. Lauri (MDB), Valdecir Alcântara (PP) e Contador Mazutti (PL).
A expectativa é que os primeiros encaminhamentos da CPI, como a escolha do presidente, relator e secretário, sejam definidos ainda na manhã desta sexta-feira (27), conforme antecipou o vereador Everton Guimarães à Gazeta.
Compromissos e declarações
Procurado pela reportagem, o vereador Hudson Moreschi declarou que assume a função com um compromisso ético e responsável. “Tenho junto aos demais componentes da CPI o compromisso de trabalhar na apuração das informações necessárias para esclarecer possíveis falhas na condução do Processo Administrativo Disciplinar nº 4118/2021, assim como das demais denúncias que possam ter violado os direitos de crianças e adolescentes em CMEIs e escolas municipais”, afirmou.
Já o vereador Contador Mazutti acredita que os trabalhos da comissão podem trazer fatos novos à tona. “A CPI vai levantar informações além daquelas já apuradas pela polícia e pela Secretaria de Educação. O objetivo é justamente identificar se houve falhas, por que demorou para afastar o servidor e por que demorou tanto para tirá-lo das funções. A população quer respostas, e nosso dever é entregar isso com seriedade e transparência”, destacou.
Mazutti ainda comentou sobre sua entrada na comissão: “O presidente me convidou e eu aceitei de pronto. Não faço parte de nenhum bloco, então acredito que isso também tenha pesado na escolha. Estou aqui para contribuir com o que for necessário.”
O vereador Valdecir Alcântara afirmou que atuará com firmeza. “Sou uma pessoa íntegra e, se houver algum culpado, não importa quem seja, vou agir com energia para que seja responsabilizado. A CPI não pode ser palco de politicagem. Nosso foco tem que ser proteger as crianças e esclarecer os fatos.”
Dr. Lauri preferiu não dar declarações no momento. Ele informou à reportagem que só irá se manifestar após a definição das funções internas da CPI.
O próximo passo será a reunião interna dos membros para eleição da presidência, relatoria e secretaria da comissão, o que deve ocorrer até esta sexta-feira. A partir daí, os trabalhos de investigação poderão ser oficialmente iniciados, com a definição de cronograma de oitivas, coleta de documentos e eventual convocação de autoridades e envolvidos.
Entenda o caso
A CPI que vai investigar a suposta morosidade do poder público em um processo envolvendo abuso sexual infantil foi oficialmente protocolada no último dia 13. O caso veio à tona após denúncias de mães que descobriram que o servidor, mesmo já sendo alvo de investigações por um caso anterior de abuso em um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), continuava atuando normalmente em outra unidade do município, localizada no Bairro Canadá. O alerta foi levado ao plenário pelo vereador Everton Guimarães que criticou a demora da administração em tomar providências. O processo administrativo levou quatro anos para ser concluído e a exoneração do servidor só ocorreu no final de 2023.
Após a grande repercussão, a Prefeitura de Cascavel instaurou uma sindicância para apurar os motivos da demora. O relatório apontou como principal causa o excesso de prorrogações, 20 ao todo, concedidas por uma única servidora responsável pelo PAD (Processo Administrativo Disciplinar). Também foram citadas a inércia da Corregedoria e da Controladoria Geral do Município, que, segundo a investigação interna, falharam em tomar medidas mais firmes.
Sete parlamentares assinaram o requerimento que deu origem à CPI: Lauri Silva (MDB), Edson Souza (MDB), Policial Madril (PP), Bia Alcântara (PT), Everton Guimarães (PMB), Rondinelle Batista (Novo) e Fão do Bolsonaro (PL).
