Alexandre Curi

Claudio Romanelli afirma que vai ficar no PSD para eleger o próximo governador do Paraná

Em entrevista à Gazeta do Paraná, o parlamentar falou sobre a operacionalidade dos radares e também sobre a cobrança dos pedágios, além de apresentar um balanço dos trabalhos na Alep.

Por Eliane Alexandrino

Claudio Romanelli afirma que vai ficar no PSD para eleger o próximo governador do Paraná Créditos: Assessoria

Eliane Alexandrino/Cascavel

Em mais uma reportagem sobre os principais nomes que irão disputar o pleito eleitoral de 2026, a Gazeta do Paraná entrevistou o líder do PSD na Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Luiz Claudio Romanelli.

O parlamentar afirmou que continuará no PSD e pretende eleger o próximo governador do Paraná pelo partido, além de eleger Ratinho Junior como presidente da República.

“Como líder do PSD na Alep, afirmo que, diante de todos os avanços do Estado sob o comando do governador Ratinho Junior, vamos eleger o sucessor no Paraná sem sombra de dúvida. E fazer do Ratinho nosso próximo presidente da República”, destaca.

Sobre a janela partidária, Romanelli não vê mudanças futuras e confirma que o PSD terá uma chapa forte, como foi em 2022, quando elegeu 16 deputados estaduais e 7 federais.

“É claro que novas lideranças, como os ex-prefeitos, devem postular a intenção de disputar as eleições de 2026. As chapas proporcionais terão 55 candidatos a deputado estadual e 31 a deputado federal. As chapas dos candidatos ao Senado e ao Governo do Estado serão definidas em conjunto com o governador Ratinho Junior. O campo de alianças para as eleições majoritárias — Senado e Governo do Estado — acredito que saberemos costurar muito bem, para manter a base de apoio na Alep na composição dessas candidaturas”, destaca.

O deputado também ressaltou que a indicação, em última análise, do candidato ao governo do Paraná será de Ratinho Junior.

“A escolha, sem dúvidas, virá do governador. Mas todos sabem que três candidatos polarizam a preferência no PSD: o deputado estadual Alexandre Curi e os secretários Guto Silva (Cidades) e Rafael Greca (Desenvolvimento Sustentável). Estou muito confiante. Confio no bom senso da inteligência política do grupo liderado por Ratinho Junior. A responsabilidade de fazer a escolha de quem vai nos representar nessa eleição é dele”, disse.

Como avalia o desempenho na Alep?

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) apresentou, ao longo de 2025, 12 projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), sendo que quatro já foram sancionados e oito seguem em tramitação. Além disso, protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e 61 requerimentos.

“Avançamos muito na transparência e na participação da sociedade civil organizada. Duas leis de minha autoria impulsionaram a criação do Porco Moura, tornando o Paraná referência nacional e fortalecendo a agricultura familiar. Defendo também que empresas classifiquem o tabaco nas propriedades dos produtores, evitando prejuízos causados pelas tabageiras. Apresentei o Julho Âmbar, mês de conscientização sobre o luto parental, e projeto que proíbe o ingresso no Paraná de animais com doenças exóticas, suspeitas ou erradicadas. Outra lei assegura o monitoramento digital de glicemia a crianças e adolescentes com diabetes. Por fim, apresentei uma PEC que garante autonomia jurídica às universidades estaduais, permitindo que tenham procuradorias próprias para gerir seus serviços sem interferências externas”, destacou.

Pedágio e radares

A GP questionou o parlamentar, que antes tinha uma postura mais crítica em relação à operacionalidade dos radares no Paraná. O que mudou?

“Sobre os radares, eu sou a favor. Tenho alertado para os abusos cometidos por motoristas nas rodovias que cortam o Paraná e defendo um reforço na fiscalização. As rodovias viraram um espaço de vale-tudo. Vale imprudência, abuso e a lei do mais forte. Só não valem a legislação de trânsito, o respeito ao próximo e o bom senso. Muitas famílias não querem mais viajar de carro. Por isso, a fiscalização precisa ser mais rígida, principalmente em relação à velocidade de automóveis e caminhões”, disse.

Segundo ele, a cobrança está sendo feita de forma sistemática, e recentemente encaminhou informações à ANTT sobre a falta de manutenção, por exemplo, na Rodovia do Café, BR-376, trecho sob responsabilidade da antiga CCR, atual Grupo Motiva.

“Enviamos questionamentos à ANTT. Também cobrei a falta de fiscalização da ANTT na execução dos contratos de pedágio. A ANTT tem que explicar por que a CCR não está fazendo a manutenção adequada na BR-376. Nesta rodovia, que cruzo toda semana, invariavelmente, há buracos em vários trechos, a pavimentação é precária, e a ANTT deve, no mínimo, uma explicação. Também considero grave a agilidade da ANTT ao anunciar o reajuste de 7,5% em oito praças de pedágio a partir de 28 de agosto. É uma paulada — um reajuste tão expressivo no primeiro ano de concessão. Não entendo por que a ANTT está sempre pronta para reajustar tarifas, mas, na hora de fiscalizar a execução dos contratos, infelizmente, não é o que estamos vendo.”

 

Como avalia o atual cenário da política no Brasil?

Sobre o atual cenário brasileiro, Romanelli não se aprofundou nas crises recentes, afirmou ser preocupante, mas preferiu destacar o trabalho do governador Ratinho Junior.

“Há uma grande preocupação e uma certeza. A preocupação é com o estado de beligerância, dos ‘nós contra eles’, a ideologização de qualquer discussão política ou programática. Isso não leva a lugar algum — pior, atrapalha todo o processo para avançar para um país melhor e com mais justiça social. A certeza é que temos um líder diferenciado: Ratinho Junior. O governador do Paraná tem o melhor perfil para governar o Brasil a partir de 2027. Ele é um gestor austero e competente e já se tornou um nome nacionalmente avaliado para ser nosso presidente da República. Será uma honra para nós do Paraná, mas será melhor ainda para o Brasil. As ações desenvolvidas pelo governo do Paraná são transformadoras e atendem quem mais precisa. Governo não é para rico, governo é para pobre e para trabalhador. Por isso, temos no Paraná políticas públicas efetivas que melhoram a vida das pessoas”, disse.

E o cenário paranaense?

Sobre o Paraná, Romanelli destacou o desempenho econômico do estado, que se mantém acima da média nacional.

“O Paraná tem o maior crescimento econômico do Brasil. O Banco Central apontou que, nos primeiros cinco meses de 2025, o estado cresceu 6,9%, o dobro do resultado nacional no período, que foi de 3,4%. O PIB estadual cresce acima da média nacional. No primeiro trimestre de 2025, a atividade econômica aumentou 8,5%, enquanto a média nacional foi de 3,7%. Em 2024, o Paraná alcançou a sexta maior renda domiciliar per capita do país, com R$ 2.482 — 20% acima da média nacional. Também tem um dos menores índices de desigualdade de renda, sendo o quarto menor índice de Gini do Brasil, segundo o IBGE. O Paraná foi ainda o terceiro estado que mais gerou empregos entre janeiro e maio de 2025, com 84.882 novos postos de trabalho, crescimento registrado em 81,7% dos municípios. O próximo governador vai administrar um estado em ponto de bala, o que será importante para ampliar conquistas e melhorar a qualidade de vida dos paranaenses.”

 

O que esperar das eleições de 2026?

Para Romanelli, os candidatos em 2026 precisam apresentar propostas concretas, em vez de promover discursos de ódio e criminalizar a política.

“O Brasil e o Estado precisam avançar, principalmente no combate à desigualdade social. Vou citar um exemplo: a Tarifa Zero no Transporte Coletivo ganhou o Brasil e deve se tornar uma política pública. No Congresso Nacional, já há uma proposta da deputada Luíza Erundina para criar um sistema único de mobilidade, com um fundo nacional para custear a gratuidade da tarifa de ônibus. Precisamos vencer os gargalos da saúde e dar melhores condições humanas e materiais para que os prefeitos possam atender bem seus municípios”, afirma.

O parlamentar também defende uma melhor distribuição da arrecadação de impostos entre os entes federativos. “Há uma diferença muito grande: a União fica com a maior parte do bolo tributário, e os municípios, que estão na ponta do atendimento em saúde, educação e segurança, são os mais prejudicados. Por outro lado, temos bons exemplos nos consórcios municipais — em saúde, meio ambiente, mobilidade, resíduos sólidos. Também há iniciativas como fazendas urbanas, cozinhas comunitárias e outras de referência em cidades do Paraná. O leitor deve esperar e cobrar propostas que melhorem a renda, o trabalho e a vida real. O eleitor quer governos mais municipalistas, que resolvam os problemas urgentes da sua rua, bairro e cidade”, conclui.

 

Foto: Assessoria

 

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